14/11/2023

Prática de atividade física em piscinas é indicada para pessoas com problemas cardíacos!


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Seja hidroginástica ou natação, as modalidades fortalecem a saúde do indivíduo, de forma muito mais leve se comparadas com outras opções semelhantes.

 

Na era em que os exercícios físicos têm sido cada vez mais falados e valorizados, é primordial ressaltar que mais do que estética, eles são impulsionadores de saúde. E quando falamos de pessoas com problemas cardíacos, eles fazem ainda mais diferença.

Na busca pela modalidade perfeita, a fim de unir saúde e diversão, muitos pacientes cardíacos têm optado por natação e hidroginástica.

Uma explicação para isso é que por serem uma atividade aeróbia, há uma série de benefícios. E de acordo com Renato Pelaquim, diretor executivo do Departamento de Educação Física da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), isso ocasiona “a melhora da condição cardiorrespiratória, redução da pressão arterial, e redução da frequência cardíaca”.

Renato Pelaquim, diretor executivo do Departamento de Educação Física da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP).

Ademais, especificamente na prática da natação e hidroginástica, há o fortalecimento da região de ombro e membros superiores de forma mais prevalente comparado às outras modalidades, e ocorre maior retorno do sangue ao coração, pela posição em decúbito na água (quando o indivíduo deita sob a superfície). Ou seja, não exige tanta força do órgão.

Na natação, especificamente, é de se esperar que seja uma prática relativamente mais tranquila para o coração, “o trabalho cardíaco ocorre de uma maneira não tão intensa quanto acontece em uma corrida, na mesma intensidade proporcionalmente falando”, afirma o representante da SOCESP.

As pesquisas recentes, incluindo um estudo em parceria com um hospital do Canadá, apontam múltiplos benefícios da prática. “A percepção de esforço na natação é um pouco menor comparado ao grupo que fazia a prática de esteira”, comenta Pelaquim. Ou seja, os indivíduos sentem que estão fazendo menos esforço na natação, do que em uma esteira, mas seguem tendo ótimos benefícios.

Já no caso específico da hidroginástica, há a busca pelo fortalecimento localizado de uma maneira um pouco mais dinâmica, necessitando que haja a devida percepção de cansaço por cada indivíduo, e também, se possível, um controle de frequência cardíaca.

Segundo o profissional, nesse caso, é necessário que os indivíduos realizem o teste ergométrico previamente, para “tentar achar a faixa de frequência cardíaca que não tem alguma alteração, mas caso tenha algum problema, o ideal é que a pessoa monitore com algum smartwatch para que ela fique em torno de 50, 60 por cento da capacidade da pessoa”.

Além desses pontos, há algumas outras ressalvas que precisam ser consideradas, primeiramente, no que diz respeito à temperatura da água, que não pode ser muito baixa para não causar o aumento da pressão arterial pelo enrijecimento dos vasos, e nem muito alta para não gerar a queda excessiva da mesma pela dilatação das artérias.

“Devemos lembrar que a nossa temperatura corporal é em torno de 36 graus e meio. Então, a temperatura da água tem que ser controlada, cerca de 30, 32 graus pelo menos”, complementa.

Como toda prática física, antes de iniciar é necessário passar pela devida triagem para fazer uma avaliação, seja por meio da esteira ou outro método para conseguir estimular o coração e ver se ele está com alguma sobrecarga.

Além do mais, é de extrema importância ressaltar que, normalmente as pessoas que podem ter problemas cardíacos, às vezes, têm a prevalência de diabetes, o que pede um cuidado maior com os pés na prática de esportes aquáticos, por conta da difícil cicatrização.

De qualquer forma, natação ou hidroginástica, é importante a pessoa praticar de forma regular para ter os benefícios desejados, e ter em mente que ambas são modalidades seguras para pessoas com doenças relacionadas ao coração, desde que seja obedecido o preparo e tenha uma avaliação prévia para iniciar as atividades.

 

Fonte:Revista ANAPP Edição 171