13/09/2018

O Queridinho dos Arquitetos


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Versátil e charmoso, o pergolado ganha espaço nos projetos de integração e expansão da área de lazer e garante o sombreamento próximo à piscina

Por Rúbia Evangelinellis

Beleza, elegância e funcionalidade. Pode-se dizer que estes são os principais atributos do pergolado, estrutura cada vez mais presente em projetos arquitetônicos que visam a integração de ambientes e também a extensão da área de lazer e de convivência. Na piscina, então, cai como luva, para quem busca uma sombra camarada e decoração harmoniosa e charmosa que remete à natureza, especialmente quando é construído com madeira e enfeitado com plantas e flores vistosas. Democrático e capaz de compor um ambiente criativo com outros elementos, como deck, o pergolado está sendo cada vez mais requisitado e já pode ser encontrado, com mais facilidade, em condomínios residenciais.

Identificado tecnicamente como armações dispostas em filas paralelas de colunas e vigas que criam ambientes para que as áreas externas sejam desfrutadas em dias de sol ou chuva, se receberem cobertura, o pergolado ou pérgola, foi largamente utilizado nas plantações de uva na Itália.

Mas, com o tempo, o produto ganhou fama internacional e passou a habitar projetos arquitetônicos desenhados para espaços de lazer, praças e como extensão de casas na incorporação de áreas externas, conta a arquiteta Rosalba Machado Vargas, com escritório em

Criciúma (SC) e uma carteira de clientes formada na região Sul do Estado.

“Atualmente, é muito usado para criar ambientes nas áreas de piscina. E tornou-se mais presente em projetos que pedem uma estrutura para sombrear espaços abertos e, ao mesmo tempo, proporcionar ambientes descontraídos, acolhedores e iluminados”, explica.

Charmoso e decorativo, é visto como coringa na repaginação ou melhor aproveitamento de espaços, desde que esteja em harmonia com o ambiente. Segundo Rosalba, trata-se de uma peça que está se popularizando e permite, aos arquitetos, criatividade e mais liberdade na elaboração de projetos, inclusive de áreas de edifícios residenciais e condomínios. “O seu uso pode ter também a função de galeria conectando dois ou mais prédios, com algum mobiliário para o descanso de usuários e visitantes.

Em resorts, condomínios residenciais, verticais ou horizontais, o pergolado ganha destaque em áreas de piscinas, com a intenção de proteger os usuários do sol”.

Como é aberto, pode ser coberto por plantas, formando um teto verde, ou fechado com vidro ou policarbonato. Para o piso, a arquiteta sugere terra batida, pedriscos ou combinado com grama e pedras, como se fosse a extensão do jardim. Já a estrutura, acrescenta, é feita com diferentes matérias-primas, como colunas de pedras cobertas por travessas de madeira ou cabos de aço, pilares em madeira roliços ou quadrados, vigas em aço, ferro batido ou retorcido. “Outra opção é a madeira plástica, que é resistente às intempéries da natureza e não necessita de manutenção, como pede a madeira natural. Enfim, tudo fica por conta da criatividade e do estilo do projeto, respeitando as aspirações, necessidades e condições orçamentárias do cliente”, resume.

Questionada sobre os cuidados necessários na escolha e manutenção do pergolado na área de piscina, Rosalba considera também interessante a proposta de construção sustentável no espaço urbano, usando pínus e eucalipto. “São madeiras de menor custo, mas precisam ser auto clavadas (tratadas) e receberem uma boa camada de impermeabilizante.

Já as madeiras nobres podem dispensar o tratamento, mas têm valor mais elevado”, explica.

Quem quiser economizar, sem abrir mão de madeira nobre, a arquiteta sugere madeira

de demolição de jatobá ou peroba.

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Glamour na medida certa

Instalada em Tejupá, interior de São Paulo, a Fazenda São José decks e pérgolas, fundada em 1944, executa projetos de pergolados, revestimento em spas, decks, brises, painéis e de outras estruturasde madeira de lei, extraída de áreas de reflorestamento com manejo florestal sustentável.

Representante da terceira geração de gestores da empresa, Ricardo Pedro informa que o pergolado está cada vez mais requisitado e funciona como peça-chave, útil e elegante na integração e decoração da área de lazer. “É uma estrutura versátil que proporciona charme, glamour ao ambiente e combina com outros elementos na área de piscina. É um produto que valoriza a área externa, de lazer, inclusive nos condomínios”.

A Fazenda São José fornece a matéria-pri ma e cuida de todo o processo de produção e construção, seguindo a orientação de arquitetos e empresas de engenharia que encomendam os serviços. Atende todo território nacional.

Com pergolados, a empresa familiar trabalha há 26 anos e as encomendas aumentaram a partir de 2014, quando foram fortalecidas parcerias para a execução de projetos de “altíssimo” padrão, como forma de driblar os efeitos da crise econômica brasileira.

Segundo Ricardo Pedro, é visível a mudança de concepção que os consumidores têm sobre o pergolado, visto atualmente como peça importante de melhor aproveitamento do espaço de lazer. “Ele deixou de ser um elemento simplesmente decorativo e passou a ser uma estrutura que consegue determinar um novo ambiente na área externa e atende a exigência dos consumidores. Pode abrigar e definir, por exemplo, um espaço gourmet ou ser uma extensão e integração de uma sala interna com a piscina, ampliando a área de convivência. As pessoas procuram investir mais no bem-estar, construindo ou reformando o ambiente doméstico de lazer, o que favorece o pergolado”, explica.

Mistura de elementos

Fernanda Sakabe, sócia e diretora de Planejamento e Obras da SZK Arquitetura, localizada em Cotia (Granja Viana), na Grande São Paulo, com experiência no atendimento às construtoras de obras residenciais, explica que a tendência é a utilização cada vez mais de elementos naturais, como a madeira. “Estão em alta os tipos de pergolado que levam pedras naturais, madeira de demolição ou maciça, e porcelanatos que imitam pedras naturais”, informa. A arquiteta explica que o pergolado pode ser feito de diversos materiais, como alumínio, ferro e madeira. Embora sejam componentes mais procurados em razão da durabilidade, Fernanda considera importante avaliar a especificidade de cada um deles e o tratamento indicado para garantir a vida útil.

Fonte: Revista ANAPP Edição 139