21/08/2019

Jardinagem no Inverno


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Depois de mostrar todo o seu esplendor durante a primavera e o verão, as plantas diminuem seu ritmo de crescimento e entram num período de descanso. Veja alguns cuidados que você deve ter com o seu jardim nessa fase. 

 Dias mais curtos, temperaturas baixas, menor intensidade de luz e chuvas escassas. Com essas condições climáticas, os vegetais desaceleram o seu metabolismo e começam um período de repouso. Como o crescimento das plantas está associado ao calor e às precipitações de chuva, durante o outono e o inverno muitas passam por um estado de sonolência, guardando energias para começar um novo ciclo na primavera. 

 Alguns cuidados básicos tomados nesse período asseguram maior vitalidade e força para as espécies, garantindo um jardim bonito nas próximas estações. Adubação, poda, plantio, transplantes e controle de pragas, desde que feitos corretamente, são procedimentos bem-sucedidos nos meses frios, que podem ser também a época para reestruturação e até formação de uma nova área verde.

 O erro mais frequentemente cometido durante o outono e o inverno é a falta de irrigação. Com a queda da temperatura e a evaporação amena, a planta absorve quantidades menores de água, mas isso não significa que ela não precise ser regada. “O maior problema na manutenção de jardins durante o inverno é a falta de água. As pessoas se enganam quando pensam que no frio a planta não precisa de irrigação. Muitos jardins ficam comprometidos por isso”, explica a engenheira agrônoma Rosemary Magalhães, da Rosita Paisagismo.

 Para que você não cometa este ou outros erros, vamos ver alguns cuidados que o seu jardim exige: 

Gramados

Os gramados sofrem muito com o frio e principalmente com a falta de água. É comum se fazer uma cobertura para protegê-lo e, pelo menos, duas boas regas por semana para diminuir os efeitos da estiagem. Segundo o agrônomo Marcelo Faisal Cury, do Caminho Verde Paisagismo, neste período, é preciso dar um tratamento de conforto e adubação, para que na próxima estação a grama venha a ter boas condições de se recuperar. O tratamento começa com uma limpeza geral da área, eliminando todas as pragas. Ervas daninhas devem ser arrancadas pela raiz, pois se forem apenas cortadas, em breve voltarão a crescer e ainda mais fortes. É desaconselhável o uso de herbicidas, pois o gramado é sensível a maioria desses produtos. 

O próximo passo é fazer a poda, seguida da aplicação da cobertura, que além de proteger a grama, estimula a brotação e possibilita a adubação. As melhores terras para esse fim são as de subsolo, pois a sua tendência de conter sementes é menor. A vermelha é uma excelente opção. Para se obter uma cobertura uniforme e sem placas, que poderiam obstruir a passagem de luz e prejudicar a planta, a terra precisa ser peneirada. Rosemary Magalhães aconselha misturar a terra com um composto orgânico, numa porcentagem de 50 por 50. Já Marcelo Faisal prefere primeiro cobrir a grama com a terra e depois jogar a lanço o composto orgânico peneirado. Nesse caso, a quantidade de adubo orgânico por metro quadrado varia de acordo com o tipo escolhido. 

É possível “pegar uma carona” nessa cobertura para ministrar outros tratamentos. O pH do solo pode ser corrigido com calcário, numa proporção de 200 gramas por m2 Também pode ser feita uma adubação química. Para isso, uma opção é usar o NPK 10-10-10, numa quantidade de 20 gramas por m2 Nesse período, é melhor dar preferência para o adubo granulado, que apresenta um efeito residual maior do que o em pó.

A aplicação de húmus (composto orgânico com larvas de minhoca) sobre a cobertura também auxilia na adubação, pois as minhocas penetram nas camadas mais profundas do solo, fazendo uma drenagem. Como é extremamente rico, deve ser usado numa porcentagem de 5 gramas por m2 Marcelo Faisal adverte que este procedimento exige um cuidado especial, pois se o solo não tiver a matéria orgânica necessária e em quantidade suficiente para o estabelecimento das minhocas, elas migram e, nessa mudança de território, muitas vezes acabam caindo dentro da piscina.

Jardins e Canteiros

Os canteiros também precisam passar por uma limpeza e receber o mesmo trabalho de adubação. Nesse caso, o composto orgânico não precisa ser peneirado. Esta é basicamente a época das podas (sejam elas de limpeza, formação, educação ou rejuvenescimento), uma vez que as plantas estão num período vegetativo de menor atividade, sem florescer ou frutificar. Podadas no inverno, as espécies já voltarão ao seu desenvolvimento normal na primavera. “Durante a poda, é preciso tomar muito cuidado com a ferramenta usada, para não transmitir doenças para a planta. O ideal é usar um instrumento afiado, fazendo um corte inclinado para que não haja retenção de água. É bom usar um fungicida para cicatrizar o local”, explica Rosemary Magalhães. Ela acrescenta ainda que as cercas vivas não devem ser podadas retas, mas sim com uma leve inclinação, para que os galhos de baixo também recebam sol.

Uma exceção: as azaléias devem ficar longe das tesouras. Elas florescem no inverno e perderão todos os seus botões se forem podadas. “O florescimento das azaléias valoriza os canteiros próximos à piscina, criando um foco de atenção numa área geralmente esquecida nos meses de frio”, lembra o agrônomo Marcelo. 

Temperaturas elevadas e umidade também são as condições favoráveis ao desenvolvimento de pragas, logo, durante o outono e o inverno, a sua incidência costuma ser menor. Mesmo assim, um controle é necessário. Convém observar periodicamente todos os canteiros e, no caso de se detectar algum visitante indesejado, providenciar o tratamento o mais rápido possível. 

Plantio 

Quem quer começar um Jardim ou novos canteiros durante o outono ou o inverno, precisará dar às plantas condições fundamentais para o seu crescimento, como água e nutrientes. A brotação não será imediata, mas na entrada da primavera a planta começará a se desenvolver plenamente. 

Vários aspectos precisam ser analisados na hora de se planejar um jardim, principalmente ao redor da piscina. A escolha correta de espécies, por exemplo, é muito importante. Alguns tipos de vegetação não são indicados para essa área, ao passo que outros podem valorizar muito o local.

Plantas anuais podem dar um colorido bonito, mas precisam ser trocadas periodicamente, exigindo muita mão de obra e dinheiro. “No Brasil, temos condições de ter uma vegetação viva no inverno sem nos apegarmos muito aos canteiros anuais”, diz Marcelo Faisal. 

Um profissional qualificado poderá determinar quais as espécies mais indicadas para cada caso, levando em conta o estilo de casa, o clima da região e o gosto pessoal do cliente, além de oferecer uma manutenção adequada, em qualquer época do ano. 

Fonte: pool-life