28/05/2019

Condomínios, um filão de negócios


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Empreendimentos com piscina possuem serviço ativo de limpeza, manutenção de equipamentos e abrem espaço para a terceirização das tarefas

Por Rúbia Evangelinellis

Pode-se dizer que a área de lazer conquistou um lugar de honra nos condomínios, especialmente o espaço reservado para a piscina. Com a capacidade de atrair a atenção dos moradores e local de recreação de convivência para todas as faixas etárias, crianças, jovens e adultos, requer atenção constante e redobrada na limpeza e manutenção. E, exatamente por isso, empreendimentos desse porte formam um nicho potencial de prestação de serviços para profissionais que atuam no ramo.  Gustavo Guillaumon, diretor da vice-presidência de administração imobiliária e condomínios do Secovi-SP (Sindicato de Habitação), destaca que no verão, quando aumenta a frequência de usuários e a incidência de chuva e vento, é preciso reforçar os cuidados para manter o local apropriado para o banhista. “Dependendo do caso, é necessário que os profissionais vão ao local até duas vezes por semana, para limpar, verificar filtros e outros procedimentos. A limpeza física pode até ser feita Guillaumon, do Secovi-SP, destaca valor de trabalho qualificado para preservar segurança pelos funcionários do condomínio, desde que estejam devidamente qualificados”, observa. Já para fazer a manutenção os equipamentos, como retrolavagem, ele recomenda a contratação de especialistas. E acrescenta que mesmo quando reduz o movimento de pessoas, emrazão da queda da temperatura, é necessário manter o controle e a limpeza. Em relação à adoção de lava-pés, bem como a recomendação para o uso de chinelos e da ducha (sempre antes de entrar na água) ainda enxerga como medidas que encontram resistência por parte de usuários, muitos dos quais entendem que são decisões pessoais. O mesmo acontece com a solicitação de exame médico dos frequentadores. Mas independentemente dessas ações serem aceitas ou não, Guillaumon recomenda aos condomínios que façam a sua parte no processo, exigindo inclusive laudo das empresas e/ou de profissionais que tratam da piscina. “É importante ter em mãos um documento que ateste a qualidade da água e dos equipamentos. E também conferir as condições de segurança no trabalho do profissional, que deve usar luvas, por exemplo”, destaca. A decisão de contratar o serviço de limpeza é do síndico. Mas cabe a administradora, que dá suporte ao mesmo, apresentar cerca de três a quatro opções de empresas e profissionais qualificados para o serviço.

 

Adriana de Oliveira Machado, moradora e síndica do Condomínio Novitá, localizado na Zona Oeste da capital paulista, está no time de quem exige laudo da empresa contratada para fazer a limpeza da piscina. “Desde que assumi o posto, seis anos atrás, o serviço é feito por uma empresa especializada. Isso porque é um condomínio grande e com apenas um zelador. Mas temos ainda outra companhia que realiza a manutenção dos equipamentos”. Em dias quentes, no fim de semana, a frequência está em torno de 30 pessoas, um público até que pode-se dizer pequeno considerando que o Novitá tem 280 apartamentos e cerca de 800 a mil moradores. “A água é muito gelada”, diz a síndica justificando o reduzido número de usuários. Ainda assim, em tempos de maior movimento, a limpeza é feita três vezes por semana e sempre de manhãzinha, ao redor das 6h30. 

Fernanda Estevam Vivolo é dona da administradora Personal Condomínios, com oito condomínios - quatro com piscina. Além disso, atua como síndica profissional em dois condomínios clubes, com ampla área de lazer e categorizados como empreendimentos de alto padrão. Ambos possuem três torres e piscinas climatizadas (cobertas e descobertas) com raia e estão instalados na cidade de São Paulo. Um deles fica na Aclimação (Região Central) e tem 372 unidades e o outro, 162 moradias na Vila Mariana (Região Central). No condomínio da Vila Mariana, um manutencista e a zeladora foram especializados e qualificados para fazer a limpeza das piscinas. No verão, elas são interditadas por um período da manhã, de duas a três vezes por semana, para o tratamento necessário, especialmente num período de maior frequência e incidência de chuvas. As piscinas descobertas climatizadas são as mais requisitadas e, por isso, o controle tem de ser maior, avisa. Já no empreendimento da Aclimação está se pensando em terceirizar a limpeza. “Acho que vale sim pensar em contratar uma empresa, mesmo porque é um trabalho que toma tempo do profissional contratado que poderia fazer outra atividade. Entendo também que é um trabalho que a pessoa tem de gostar de cuidar da piscina.” E para estimular os cuidados dos frequentadores para a preservação da limpeza do local, como usar ducha antes de entrar na piscina, até para retirar o excesso de protetor solar, Fernanda adota a estratégia de emitir comunicados e anexar informativos. Além disso, acrescenta, quando a frequência na piscina aumenta, a equipe de funcionários passa mais vezes pela área para observar e orientar quanto ao uso de lava-pés, ducha e limpeza do banheiro. A zeladoria também fica alerta ao serviço feito no entorno, como a poda de árvores, para evitar que a sujeira caia na piscina, principalmente quando venta e chove.

Fonte: Revista ANAPP Edição 144