10/05/2018

CLORO, O PROTETOR DA PISCINA


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Produto deve ser usado em todos os tratamentos de água e combate bactérias e o mosquito aedes aegypti

Por Rúbia Evangelinellis

Sol, calor e uma piscina para se refrescar. É um cenário ideal de um dia de lazer ou de algumas horas para relaxar. Mas para manter o ambiente perfeito é importante redobrar os cuidados com o tratamento da água para evitar riscos de contaminação e de contrair doenças ou então o surgimento de possíveis focos do aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e da chikungunya.

A correta e melhor estratégia para proteger a água chama-se “cloro residual livre”, que deve estar presente em todos os sistemas disponíveis para tratamento de água da piscina, mesmo os alternativos – à base de ozônio, luz ultravioleta e de ionização. “É o cloro residual que protege a água contra a urina, secreção, excreções, suor, ou seja, que combate a matéria orgânica do corpo humano, capaz de ocasionar contaminação e desencadear diversas doenças, como hepatite e virose. Não há como retirar totalmente o cloro do tratamento da água”, explica Rodrigo Sbízero, vice-presidente da ANAPP. No Estado de São Paulo, a portaria 13.166 da Vigilância Sanitária, determina que as piscinas de uso coletivo, instaladas em clubes, clínicas, academias e colégios mantenham o residual do cloro livre para o tratamento. A dosagem necessária é de 0,5 ppm (parte por milhão) quando utilizados sistemas alternativos. No caso de usar somente o cloro, pede-se de 2 a 3 ppm, uma vez que o produto cumpre as duas funções: tratar e proteger a água. Vale destacar ainda que o procedimento feito com sal já conta com o cloro.

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Cloramina, efeito colateral: Mas ao deflagrar a ação protetora contra os agentes contaminantes que possam estar presentes na água, o cloro libera a cloramina, substância que provoca o cheiro forte do produto na água e no corpo, além de ressecar a pele e o cabelo, o qual pode ainda ficar esverdeado. Este mesmo subproduto agrava os problemas alérgicos e respiratórios, como rinite, asma e sinusite. Daí a importância de se manter a água sempre limpa.

“A cloramina é o efeito colateral da ação do cloro devido à presença de impurezas na água. Tóxica, agride a mucosa e provoca reação alérgica nas vias aéreas”, diz Sbízero considerando que o ozônio é o único capaz de eliminá-la. Outro cuidado para garantir o lazer saudável na área da piscina, especialmente nas residências, onde não há um controle fiscalizador, é estar atento à necessidade de adequar o tratamento à frequência de banhistas. Em outras palavras, quanto mais gente usufruindo do espaço, cachorros e gramas no entorno, haverá necessidade de um cuidado mais intenso. “Em ambientes frequentados por um número maior de pessoas, a possibilidade de contaminação certamente é maior. E cabe ao consumidor final, o proprietário da piscina, ficar atento para não deixar a piscina desprotegida, em razão da volatização do cloro (evaporação da água com cloro)”, explica. Na sua opinião, o maior foco de contaminação são as piscinas residenciais: “Quantas vezes as pessoas, após usarem a piscina, ficam com virose, doentes e acham que foi alguma coisa que comeram?” Os efeitos do sol e a temperatura na água também devem ser considerados na observação da necessidade de proteção da piscina, uma vez que aceleram a volatização do cloro. Por exemplo, uma piscina em Mato Grosso, região de clima mais quente, necessita de um tratamento mais intenso do que outra instalada em São Paulo.

Xô, aedes: O Ministério da Saúde ressalta que a manutenção de piscina ou fontes deve ser feita regularmente com os produtos químicos apropriados. No caso das piscinas, o cloro pode ser utilizado para combater o aedes. O governo pede ainda atenção redobrada para as piscinas sem uso, pois muitas vezes as medidas necessárias de proteção não são realizadas no período sem utilização. E quando isso acontece, elas podem se transformar em depósitos ideais para a proliferação do mosquito. Piscinas que não estejam sendo usadas devem permanecer cobertas. Rodrigo Sbízero lembra que “estamos” em um momento em que campanhas públicas alertam para a responsabilidade de não deixar água parada, desprotegida. Tanto que os agentes de saúde, quando chegam em uma casa, “saem jogando cloro”, como forma de evitar o surgimento e a proliferação do mosquito.

Fonte Revista Anapp: Edição 137