06/02/2024

Biopiscina: lazer e cuidado com a natureza


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Tudo o que você precisa saber sobre a piscina ecológica, que mais parece um lago natural em casa

A estrutura da biopiscina consiste em duas áreas, sendo uma destinada ao uso pelos banhistas e outra à purificação biológica da água

Piscina natural, ecológica ou até mesmo biopiscina são apenas alguns dos termos utilizados para definir o conceito de piscina biológica, que nada mais é do que um mix entre piscina tradicional e um lago artificial, uma vez que utiliza plantas e organismos aquáticos como sistema de filtragem.

Existem relatos de que as primeiras biopiscinas foram construídas na Áustria nos anos 70. De lá para cá o sistema tem se espalhado por todo mundo, principalmente, por revelar uma nova forma de se relacionar com a natureza. Mas, apesar de ser uma técnica relativamente antiga, em 2015, quando a representante comercial Mina Shimizu Urbanus decidiu construir uma biopiscina em seu sítio no município de Monteiro Lobato, interior de São Paulo, enfrentou uma enorme dificuldade para encontrar profissionais que soubessem executar esse tipo de projeto, inclusive na capital.

Por sua característica natural, as biopiscinas precisam ter a água
constantemente movimentada para receber oxigenação, por isso a
distribuição correta dos bocais é tão importante

“Pedi referências a um primo empreiteiro, amigo arquiteto, mas não tive sucesso. Fui a uma empresa na zona sul de SP que fazia lagoas artificiais para peixes ornamentais, com lonas pretas, mas não tinham a menor ideia em como adaptar a uma piscina humana. Liguei para especialistas em piscinas em SP, mas ninguém saia do convencional. Entrei em contato com a Sra. Bete Anan e expliquei o que gostaria de fazer, uma coisa natural para não prejudicar o ambiente. Ela disse que nunca fez nada parecido, mas que poderia estudar e tentar me atender”, relembra Mina.

Para a engenheira Bete Anan, que administra a loja Vida e Sol Piscinas, em Taubaté, o contato de Mina foi uma grande oportunidade de crescimento e desenvolvimento profissional uma vez que precisou pesquisar e conhecer mais sobre o assunto.

A estrutura da biopiscina consiste em duas áreas, sendo uma destinada ao uso pelos banhistas e outra à purificação biológica da água, onde ficam as plantas. “Por sua característica natural, o tratamento dessas piscinas exige que a água seja constantemente movimentada para receber oxigenação, como em um rio. Então o grande diferencial está na distribuição dos bocais para uma perfeita circulação da água, visto que a estrutura do tanque de recuperação e de uso dos banhistas são iguais aos de uma piscina comum”, explica a engenheira.

Segundo Junior Figueiredo, Diretor da Natural Lagos, o tratamento dessas estruturas funciona 24 horas por dia, já que a passagem de água pelo filtro além de reter materiais em suspensão, supre as bactérias benéficas com oxigênio dissolvido. “No retorno da água filtrada, é possível instalar equipamentos geradores de ozônio, ultravioleta, além de válvulas e comando elétrico que trazem segurança para os equipamentos, oferecem gestão operacional e informações para monitorar e ajustar padrões desejados”.

Junior explica que o gás ozônio injetado na água é um poderoso oxidante com poder virucida e bactericida, que aumenta o potencial redox da água. Já o esterilizador ultravioleta é aplicado à água, interrompendo a reprodução dos organismos presentes no corpo da água.

Outro ponto fundamental que deve ser levado em consideração na hora de construir uma piscina natural é a escolha das espécies das plantas e microrganismos que garantirão a purificação da água. O material vivo deve ser escolhido de acordo com o clima e a região, de forma a garantir a sobrevivência do ecossistema.

Apesar do custo inicial um pouco mais elevado, a médio e longo prazo, a piscina ecológica ajuda a poupar gastos com energia elétrica, aquisição de produtos químicos e outros recursos para manutenção e tratamento. “No entanto, quem opta por esse tipo de piscina precisa estar ciente de que não terá água cristalina e irá conviver com musgos e um certo nível de turbidez”, explica Bete.

“No fim, a piscina ficou exatamente do jeito que imaginamos e gostaríamos para o nosso sítio. Todo o excedente da piscina cai no tanque de plantas aquáticas, que joga para um tanquinho que utilizamos para regar a horta. Tudo tem seu destino e nada prejudica os humanos e as plantas”, finaliza Mina.

 

Fonte:Revista ANAPP Ed.163