Nosso blog
Todo cuidado com as doenças respiratórias
Compartilhe:
A partir do outono, as temperaturas caem e o risco de contrair bactérias e vírus respiratórios aumenta em pessoas de todas as idades
O outono-inverno é, tradicionalmente, o período de gripes e resfriados. Com sintomas que podem incluir tosse, espirros e, eventualmente, febre, mal-estar e muita coriza, essas condições costumam dominar as queixas nos prontos-socorros pediátricos e adultos durante a estação mais fria do ano. Entre os principais vilões deste período estão algumas bactérias e vários tipos de vírus sazonais.
Dentre os mais frequentes estão rinovírus (patógeno causador do resfriado comum e capaz de desenvolver quadros infecciosos mais graves em crianças), influenza (causador de diferentes tipos de gripe) e adenovírus (que causam resfriado, conjuntivite, bronquite e pneumonia). Além disso, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável pela maioria dos casos de bronquiolite – infecção do trato respiratório inferior –, é muito comum em crianças de até dois anos de idade.
De acordo com o médico otorrinolaringologista Stefano Tincani, do Hospital São Luiz Campinas da Rede D’Or, gripes e resfriados são infecções virais predominantemente benignas e corriqueiras. Porém, é preciso ficar atento para sinais de que algo mais sério possa estar ocorrendo. “Se crianças e idosos estiverem prostrados ou muito cansados, ou com a respiração ofegante e febre muito alta, devem ser levados ao médico”, alerta.
No caso de recém-nascidos, todos os que estiverem doentes devem ir ao pediatra e, abaixo dos três meses de idade, todas as febres devem ser avaliadas pelo médico. Para todas as idades, se houver dificuldade de se alimentar, vômitos frequentes, dor de cabeça ou de ouvido intensas, tosse com falta de ar e febre muito alta sem melhora com analgésicos também é recomendado procurar uma avaliação médica.
Entre as medidas preventivas estão lavar as mãos com maior frequência ao longo do dia, procurar arejar os ambientes de trabalho e de convívio social, além de efetuar lavagem nasal diariamente para remover sujidades e vírus que possam ter entrado na via respiratória. Além disso, a vacinação contra gripe ajuda na prevenção das formas mais severas da doença.
DESCONGESTIONANTES
O uso de descongestionantes em comprimidos ou xaropes, assim como os de uso nasal, é muito comum na população. Segundo o otorrinolaringologista da Rede D’Or, embora esses medicamentos tragam conforto imediato, não têm efeito de tratamento nem encurtam a doença. “Aliás, temos alguns problemas com seu uso. Por exemplo, crianças com menos de seis anos de idade não devem usar esses descongestionantes; e o uso prolongado, após três ou mais dias, pode piorar a obstrução do nariz, especialmente quando falamos dos descongestionantes nasais em gotas”, alerta.
PISCINAS AQUECIDAS E ATIVIDADE FÍSICA
O médico otorrinolaringologista Stefano Tincani lembra que, quando o tempo está frio, as piscinas aquecidas são uma boa solução para manter as atividades físicas em uma época em que fica mais difícil a prática da natação – um dos esportes mais completos que existem.
Entretanto, o choque térmico ao sair da piscina, às vezes, pode deflagrar crises de rinite ou asma em quem porta essas doenças. “Por isso, manter o tratamento dessa condições em dia é importante pois, se controladas, a chance de crises é bem menor”, assegura.
Por outro lado, a prática de natação é geralmente benéfica para as doenças respiratórias. Um dos motivos é que, ao nadar, a musculatura intercostal se alonga e isso ajuda a corrigir defeitos posturais e deformidades torácicas que podem afetar o diafragma e os pulmões.
Além disso, a natação movimenta a caixa torácica, facilita a musculatura inspiratória e expiratória e, consequentemente, melhora todo o funcionamento do sistema respiratório. “Embora essa prática esportiva seja importante para a maioria das pessoas, quem tem muitas crises de rinite ou asma deve evitá-la”, orienta o otorrinolaringologista Stefano Tincani.
PEDIATRA SUGERE MAIS ATENÇÃO COM AS CRIANÇAS
Quem tem crianças pequenas deve manter atenção especial com o VSR, que geralmente apresenta evolução rápida e pode levar à necessidade de internação hospitalar. Entre os sinais de alerta estão respiração acelerada, afundamento da fúrcula (área próxima ao esterno, entre as clavículas) e movimento das aletas nasais que indicam insuficiência respiratória.
Segundo o médico pediatra Cid Pinheiro, coordenador da Pediatria do Hospital São Luiz Morumbi, da Rede D’Or, além do desconforto respiratório, a febre persistente é um indício de uma evolução negativa desses quadros. “Estamos falando daquela febre que não abaixa, mesmo com o uso da medicação, persistente ou que se mantém por mais de três dias”, complementa.
Outra doença que deverá seguir em evidência é a dengue. O pediatra explica que, como ocorre com outras doenças virais, o tratamento é sintomático e a hidratação muito importante. No entanto, ninguém deve utilizar anti-inflamatório, pois esses medicamentos aumentam o risco de sangramentos – uma das principais complicações graves da dengue. “Os pais precisam ficar atentos à mudança no padrão dos sintomas e, caso isso aconteça, devem buscar novamente o prontosocorro para reavaliação”, orienta.
PREVINA-SE!
-
Evite locais fechados e com pouca ventilação;
-
Higienize as mãos;
-
Siga os protocolos de tosse e espirro, cobrindo nariz e boca;
-
Procure ficar em isolamento em caso de sintomas;
-
Use máscara facial se estiver com sintomas;
-
Mantenha a carteirinha de imunização sempre atualizada;
-
Tenha muita atenção com a hidratação;
-
No caso da dengue, além de eliminar focos de água parada que servem de criadouro para o mosquito transmissor, é essencial adotar barreiras físicas de proteção como uso de repelentes, roupas compridas e telas nas janelas.
Fonte: Revista Pool-Life Ed. 93