21/02/2017

Segurança em primeiro lugar


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Piscinas são sinônimo de lazer e bem-estar, mas alguns cuidados são fundamentais para garantir que seu uso esteja sempre aliado a segurança. Tramita no Senado Federal um projeto de lei que torna obrigatória a instalação de vários itens  de segurança em piscinas, sejam as já existentes ou a serem construídas.

A secretária-executiva aposentada Odele Souza sabe bem da importância desse projeto. Ela é mãe de Flavia Souza Belo, que vive em coma vigil há 19 anos, desde que sofreu um acidente na piscina do condomínio onde morava, em São Paulo (SP). Flavia se afogou após seus cabelos ficarem emaranhados no ralo de fundo da piscina. Após o grave episódio, Odele se uniu a empresários e peritos em segurança de piscinas para levar a Brasília o projeto de lei para segurança nas piscinas que determina a atualização das diretrizes contidas na norma NBR 10339 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que encontra-se em consulta nacional para implantação muito em breve.

“Todos os projetos existentes sobre o tema foram escritos antes da atualização das normas da ABNT. Agora que foi atualizada, basta que a lei mencione que a segurança nas piscinas deva segui-la”, explica Odele. Renovadas em reuniões entre fabricantes de piscinas, entidades de classe, arquitetos, engenheiros e pessoas com profundo conhecimento técnico na área, a revisão da norma que se encontra em consulta nacional tornará as piscinas brasileiras muito mais seguras.

Uma das exigências do projeto diz respeito ao cuidado com os pisos em volta das piscinas. De acordo com as normas da ABNT, os modelos devem ser de material resistente, lavável, antiderrapante e não agressivo ao contato com a pele.

Segundo o gerente comercial da Campestre Piscinas & Paisagismo, Ronaldo Moreira, graças ao desenvolvimento de novos produtos do setor de revestimentos, hoje já existem muitas opções para conciliar o que é exigido por lei com a sofisticação de um projeto “dos sonhos”.

Alguns aspectos devem ser considerados com cautela ao se definir o acabamento do entorno da piscina, principalmente a capacidade térmica do material e sua superfície. Como a maior parte das bordas de piscina está exposta ao sol constantemente, o material deve ser atérmico, ou seja, não pode esquentar muito. Da mesma forma, essa região está sempre um pouco molhada, então o material não pode ser escorregadio, para evitar acidentes.

“Basicamente, temos os pisos industrializados, que vão desde os comuns antiderrapantes de porcelanato ou extrudados até os cimentícios atérmicos, inclusive pisos que imitam madeira”, explica o gerente. Todos eles necessitam de uma resina específica de cada fabricante para garantir mais proteção e durabilidade do produto.

Os pisos industrializados, como os porcelanatos, têm como característica serem antiderrapantes, com a desvantagem de não absorverem água, o que muitas vezes torna o piso mais quente. Por esse motivo, são mais indicados para as piscinas cobertas.

De acordo com o gerente comercial, o revestimento em deque de madeira também é muito utilizado no entorno de piscinas, porém aconselha-se a colocação de uma tabeira antiderrapante e boleada na borda para garantir a segurança dos usuários. “Os revestimentos em madeira também deverão receber manutenção anual para a conservação da madeira.”

Os revestimentos de pedras naturais são os que reúnem as melhores características técnicas, por serem antiderrapantes, atérmicos e poderem ser utilizados tanto em piscinas residenciais quanto em piscinas públicas e na rede hoteleira.

As alternativas são muitas. “Cabe aos clientes e profissionais que projetam e executam esses projetos analisar, além da beleza do conjunto, a segurança daqueles que utilizam essas áreas para seus melhores momentos de lazer”, conclui Moreira.

Odele Souza mantém um blogue em que alerta outras pessoas sobre a importância da segurança em piscinas. Conheça: flaviavivendoemcoma.blogspot.com 

Por que a lei é importante?

Além da conscientização sobre o risco de acidentes envolvendo os pisos no entorno das piscinas, é fundamental a vigilância por parte de pais, responsáveis, proprietários e administradores de piscinas. É preciso compreender que esses locais são áreas de lazer, mas também com potenciais riscos aos seus usuários. “As Leis estaduais ou municipais de Segurança de Piscinas que seguirem as normas da ABNT, estarão certamente tornando mais seguras as piscinas do País e, com isso, veremos diminuir sensivelmente os terríveis acidentes que têm vitimado pessoas, principalmente crianças”, diz Odele. Segundo ela, essa conscientização deve estar presente sempre entre usuários, proprietários e administradores de piscinas públicas e privadas.

Fonte: Revista Anapp Edição 131