30/10/2025

Segurança com salva-vidas é a base da diversão em piscinas coletivas


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A atuação desse profissional é de suma importância para garantir a segurança de todos, até mesmo por isso, diversas legislações estaduais determinam a obrigatoriedade da presença do mesmo

A presença de salva-vidas em piscinas coletivas é uma forma preservar vidas

A piscina é sinônimo de lazer, bem-estar e saúde. No entanto, sem os cuidados adequados, pode se transformar em um ambiente de risco. Para reduzir acidentes e garantir que a diversão aconteça com tranquilidade, a presença do salva-vidas em piscinas coletivas é recomendada.

Embora ainda não exista uma lei federal que padronize essa exigência em todo o Brasil, diversos estados já possuem legislações próprias que tornam obrigatória a atuação desse profissional. Em São Paulo, por exemplo, a Lei Estadual nº 2.846/1981 determina a presença de um salva-vidas habilitado para cada 300 m² de área de piscina pública. Essa obrigatoriedade também é reforçada pela Lei Municipal nº 16.059/2014.

A importância dessa regulamentação é clara: qualquer frequentador, seja nadador experiente ou iniciante, pode sofrer incidentes. E, segundo Rufino Rodrigues de Oliveira, bombeiro militar aposentado e presidente da Associação dos Salva-Vidas do Estado de São Paulo, a ausência desse profissional pode tornar uma ocorrência ainda mais grave.

Rufino Rodrigues de Oliveira é bombeiro militar aposentado e presidente da Associação dos Salva-Vidas do Estado de São Paulo

Além do resgate em emergências, o salva-vidas atua de forma preventiva, orientando os usuários para evitar situações de risco. De acordo com Oliveira, essa orientação deve incluir alertas sobre mergulhos perigosos, corridas em volta da piscina, brincadeiras agressivas, apneia sem supervisão, uso de materiais não permitidos, entre outros. Esse trabalho pode ser reforçado por meio de campanhas educativas, cartazes, painéis informativos e uma comunicação clara sobre as regras do espaço.

Mesmo com toda a prevenção, situações de emergência podem acontecer. E é justamente nesse momento que a atuação rápida do salva-vidas faz ainda mais a diferença. “O tempo é decisivo, cada segundo conta. O socorro ideal deve ocorrer em até 30 segundos. Após 1 minuto, a vítima pode perder a consciência e a reanimação se torna muito mais difícil”, ressalta o presidente da Associação.

Formação e preparo do salva-vidas

Para atuar na função, é necessária a certificação válida obtida por meio de cursos especializados. Segundo o bombeiro militar aposentado, a formação deve incluir disciplinas como natação, apneia, técnicas de resgate, desvencilhamento de vítimas em pânico, primeiros socorros, suporte básico de vida (SBV), ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e utilização de equipamentos de salvamento aquático. Também fazem parte da grade conteúdos sobre prevenção de acidentes, anatomia, legislação e ética profissional.

A carga horária varia entre 40 e 120 horas, dependendo do curso, e é obrigatória a reciclagem periódica a cada 1 ou 2 anos. No entanto, o profissional alerta: é fundamental buscar cursos de qualidade. “Hoje, existem formações de baixa qualidade, com alunos que muitas vezes não sabem sequer nadar. Isso é extremamente perigoso”, afirma.

Garantir a presença de salva-vidas em piscinas coletivas não é apenas uma questão de cumprir a legislação, mas sim de preservar vidas e tornar esses espaços mais seguros e acolhedores para todos.

Além da atuação imediata em situações críticas, esses profissionais desempenham um papel essencial na prevenção, na orientação ao público e na construção de uma cultura de segurança. Investir em salva-vidas capacitados é, portanto, investir em tranquilidade, responsabilidade e no verdadeiro espírito de lazer que as piscinas devem proporcionar.

 

Fonte: Revista ANAPP Edição 183