07/10/2025

Piscina e Profissão


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Um toque feminino no tratamento

Capricho, atenção aos detalhes e a capacidade natural de cuidar são características que diferenciam as mulheres que escolheram o tratamento de piscinas como profissão. Ao entrarem nesse mercado perceberam que poderiam alcançar sucesso em um nicho de clientes que valoriza o toque feminino nos cuidados com a piscina.

Foto: http://www.pool-life.com.br/

Assim, Carla Sabrina Pichutti Carvalho, Andreiane Monteiro Marangon e Ana Paula Batistela vêm conquistando espaço em um segmento que, até há pouco tempo, era predominantemente masculino.

Técnica química no cuidado da piscina

Quando decidiu trocar a carreira de técnica química pelo tratamento de piscinas, Carla Sabrina Pichutti Carvalho, 37 anos, já acumulava experiência em sistemas de ozônio para purificação da água. Trabalhando em uma empresa do setor, ela acompanhava instalações e chegou a cuidar da piscina do próprio dono, o que despertou seu interesse em atuar de forma autônoma.

“Ganhei muita experiência e foi maravilhoso ter trabalhado com ozônio, pois conheci piscinas em várias partes do Brasil – até piscina de ondas. Também aprendi a identificar diversos problemas que podem ocorrer na água”, relata.

Moradora de Araçatuba (SP), Carla Sabrina enfrentou, no início, a desconfiança de alguns clientes por ser mulher. “Faziam perguntas óbvias só para testar se eu realmente entendia do assunto. Como eu não era esposa de piscineiro, precisei provar que sabia o que estava fazendo”, relembra.

Hoje, ela é referência na região e, ao lado do marido José, comanda a C&C Piscinas, atendendo cerca de 40 clientes. Também organiza lives com piscineiras de todo o Brasil, reunindo profissionais de diferentes regiões para trocar experiências e histórias de vida. “A ideia é mostrar que mulher dá conta, sim. Não é um trabalho pesado e podemos conquistar o espaço que quisermos”, afirma.

Para Carla Sabrina, o segredo é dedicação. “Para fazer tudo corretamente, gasto de 30 minutos a uma hora por piscina, e algumas chegam a exigir até 3h de serviço. É preciso usar produtos de qualidade, estudar bastante e manter o equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida”, destaca.

Primeira mulher tratadora no SESC São Paulo

A trajetória de Andreiane Monteiro Marangon, 35 anos, também começou com incentivo e aprendizado ao lado de outra mulher: Carla Sabrina. Moradora de Birigui (SP), Andreiane é a primeira mulher aprovada como tratadora de piscinas do SESC São Paulo, desde a inauguração da unidade Birigui, em 2017.

“Quando passei no concurso, o SESC nem tinha uniforme feminino para a função. Até no curso de integração eu era a única mulher entre os tratadores de todo o estado”, recorda.

Antes disso, Andreiane trabalhou como autônoma, chegando a atender 18 clientes fixos. Mesmo com boa renda, optou pela estabilidade e benefícios do SESC, onde é responsável pelo tratamento químico e físico de quatro piscinas. “Logo que cheguei, alguns duvidaram, mas mostrei que sou tão profissional quanto qualquer outro”, comenta.

Concorrência saudável em família

Em Maringá (PR), a ex-vendedora Ana Paula Batistela, 37 anos, também decidiu mudar de área e seguir os passos do marido, Jair, tratador de piscinas. Durante as férias, acompanhou o trabalho dele e se interessou pela atividade.

“No começo, as pessoas estranhavam ver uma mulher cuidando da piscina, mas eu mostrava resultado. Consegui recuperar piscinas bem difíceis e isso encantou os clientes”, conta.

Hoje, Ana Paula atende 57 clientes, enquanto o marido cuida de 51, em negócios separados, mas com parceria constante. “De vez em quando repasso alguma piscina para ele, porque confio muito no trabalho dele”, diz.

A tratadora acredita que o diferencial das mulheres está na atenção e perfeccionismo. “O importante é ser comprometido, trabalhar certo, ser honesto e cobrar um valor justo. Qualquer pessoa pode fazer, mas as mulheres tendem a ser mais detalhistas”, observa.

Além da independência financeira, a profissão trouxe mais tempo para a família. “Consigo chegar em casa mais cedo e ficar com minha filha, a Diana, de 10 anos. Melhorou muito minha qualidade de vida”, completa.

Aprendizado constante

Ana Paula também reforça a importância da formação continuada. “Nunca sabemos tudo. Os equipamentos mudam, os produtos evoluem e precisamos estar em constante aprendizado”, afirma. Ela participa de cursos, palestras e lives de fabricantes para se manter atualizada.

Com o conhecimento técnico, consegue orientar melhor seus clientes sobre o uso de produtos e manutenção da qualidade da água. “Uso algicida, clarificante, ajusto pH e alcalinidade. Tudo influencia na durabilidade e na aparência da piscina”, comenta.

Profissão em transformação

As histórias de Carla Sabrina, Andreiane e Ana Paula evidenciam um movimento crescente de mulheres que encontram no tratamento de piscinas uma oportunidade de autonomia e valorização profissional. Com sensibilidade, técnica e dedicação, elas estão transformando um setor antes masculino em um espaço de diversidade, competência e inspiração.

 

Fonte: www.pool-life.com.br