25/10/2017

Paisagismo na piscina – integração e harmonia.


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Por Kesher Agência de Conteúdo

De todos os elementos que compõem um lindo projeto da área de lazer, o paisagismo é, sem dúvida, um dos mais importantes para uma visão harmônica, principalmente quando nessa área existe uma piscina. Exerce funções muito importantes; recria o espaço com elegância, mantém o equilíbrio do ecossistema destruído pelo homem, evita ruídos, porém, um de seus papeis mais relevantes, sobretudo na área de lazer do entorno da piscina, é o sombreamento.

Segundo Dalington Almeida, arquiteto do renomado escritório de paisagismo, Paula Magaldi, “as melhores opções na escolha da vegetação, para pequenos e grandes espaços para prover o sombreamento, são as palmeiras do tipo ‘phoenix robellini’, as ‘neodypsis trianda’, as ‘whashingtonia’, entre outras.

Sua durabilidade, beleza e resistência ao calor fazem com que as palmeiras sejam as preferidas pelos paisagistas nas áreas de lazer. São mais de 200 gêneros e 1500 espécies e o Brasil é privilegiado com mais de 500 tipos diferentes de palmeiras. As palmeiras são consideradas como as espécies nobres do reino vegetal, denominadas pelos botânicos de “príncipes das florestas”, dado o porte altivo e elegante que as distinguem facilmente de outras plantas.

Em um local em que a natureza existente já favorece o projeto, e seja bastante evidente, o paisagista normalmente trabalha somente para reorganizar o espaço e recriar o ambiente. “O paisagismo deve se integrar ao bioma que já está lá. Por isso, é importante identificar o microclima predominante na região e especificar famílias de espécies que estejam adaptadas ao ecossistema específico. O projeto também deve conciliar os traços definidos para o desenho do jardim, que vai depender da linguagem arquitetônica”, explica o especialista.

“Definir o estilo do jardim é o primeiro passo. Tropical, contemporâneo, rochoso, clássico, oriental, etc. Em seguida, busca-se conciliar, com harmonia, as cores das folhas e flores, de acordo com os revestimentos predominantes no projeto de arquitetura”, declara Almeida.

EDICAO 134-74

Além das palmeiras, outras espécies podem garantir o frescor do ambiente e fazer com que o espaço esteja sempre agradável. Porém, é importante ressaltar que a escolha para o entorno da piscina deve conter uma premissa básica, que é a seleção de plantas que não eliminam facilmente suas folhas e detritos dos galhos com o vento. Caso contrário, a manutenção da qualidade da água pode ser dificultada.

Os limites de áreas considerados na utilização da vegetação escolhida devem ser bem planejados para proporcionar espaços diferenciados de sombreamento, tanto para quem deseja sombra e água fresca, como locais compartilhados para pessoas que preferem permanecer mais tempo ao sol. “Sempre deve-se atentar para especificar espécies adequadas à insolação, ventilação do local, sombra, meia-sombra, sol pleno. Também é necessário verificar se a vegetação não acumula água em suas folhas, causando o alojamento de insetos transmissores de doenças, caso das bromélias”, afirma o arquiteto.

O ambiente deve ser pensado para todas as situações. O espaço deve estar bem preparado para receber desde as pessoas que desejam apenas relaxar, assim como jovens e crianças que querem brincar e tirar o máximo proveito do dia. Por isso, continua Dalington, “o ideal é evitar espécies pontiagudas ou venenosas em locais de lazer. Uma pérgola com caramanchão e mesas com ombrelones, sempre são úteis para configurar lugares de permanência”.

Pérgolas colocadas em locais que antes eram neutros no jardim adicionam aconchego e podem ser usados como espaço gourmet, área de lazer contemplativo para leitura, ou um simples lounge, dentre tantas aplicações arquitetônicas. O pergolado e o caramanchão podem ser ornamentados por trepadeiras que se envolvem ao material com facilidade e irão proporcionar sombreamento
e consequente conforto térmico, além de
muita beleza ao local.

“Em pontos estratégicos, sugere-se também espécies que emolduram a paisagem e a arquitetura, de modo que quem esteja no ambiente externo, possa contemplar melhor a composição e a harmonia projetadas”. Arbustos e herbáceas para canteiros: moréia branca, dionela, dracena tricolor, heliconeas, strelitza reginae, bela-emilia, pleomele, jasmim amarelo, russelia, são algumas das espécies sugeridas por ele.

Outro fator importante para proporcionar proteção térmica ao entorno é a escolha do piso. Segundo Dalington, “para áreas de piscina, são imprescindíveis os pisos atérmicos. Um revestimento que sempre combina com ambientes de piscinas são os decks. Estes configuram espaços de convivência aconchegantes. As pedras são muito utilizadas para criar paredes temáticas e formar ‘espaços-chave’ do projeto. Revestimentos no estilo tijolo inglês, pedra hijau, pedra hitam, entre outras, estão sendo muito utilizadas”.

Em se tratando de um país tropical como o nosso, onde a temperatura no verão ultrapassa diversas vezes 40 graus em algumas regiões, o sombreamento e o conforto térmico proporcionado pelo paisagismo é fundamental para a área da piscina. Ele compõe e integra o espaço de forma agradável trazendo beleza, bem-estar e proteção ao ambiente.

“A escolha da vegetação sempre deve levar em consideração a necessidade de insolação, tamanho futuro das espécies vegetais e o efeito paisagístico pretendido”, explica Eduardo Fernandez Mera, arquiteto de projetos paisagísticos da Mera Arquitetura Paisagística, escritório que, há mais de 10 anos, conceitua e desenvolve projetos de arquitetura paisagística. “No caso do entorno de piscinas, a escolha deve também levar em conta: sombreamento, quedas das folhas e sistema radicular das plantas, para que elas não tragam problemas futuros a estrutura e utilização da piscina. Algumas palmeiras são ótimas opções, assim como as carpentarias, neodypsis, rabo de raposa”, afirma.

Segundo Eduardo, a definição das plantas, bem como os elementos construtivos que abrangem as escolhas e o projeto de arquitetura paisagística (pisos, formato e revestimentos piscina, áreas de lazer e contemplação), são fatores que irão determinar o estilo arquitetônico das áreas externas e sempre devem estar em harmonia com a arquitetura da edificação.

“Em relação aos pisos, as placas de cimento atérmicas, como são chamadas no mercado, são as mais indicadas para o entorno das piscinas, por serem antiderrapantes e trazerem conforto térmico ao pisar descalço”, indica Eduardo. Outra opção, segundo ele, é a pedra São Tomé. “As pedras e revestimentos escuros devem ser evitados por esquentarem muito”.

Ele continua dizendo que, na formatação de um ambiente de lazer externo, principalmente nas piscinas, é importante analisar a insolação e as áreas de sombreamento. “Dependendo desse estudo, poderão ser inseridas pergolados, árvores e outros elementos para gerar a sombra desejada”.

Fonte: revista Anapp – edição 135 ; www.jardinagemepaisagismo.com ; http://sbrt.ibict.br/