27/03/2025

Os perigos da piscina mal cuidada


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Vamos intensificar a prevenção de doenças infectocontagiosas

 

Qualquer depósito de água não tratada torna-se foco de proliferação de bactérias e microorganismos. A causa principal é o acúmulo de material orgânico e sujeira como algas, folhas, bactérias, fungos, vírus, larvas e detritos em geral trazidos pela ação dos ventos e da chuva; no caso das piscinas essa lista ainda é agravada pela contribuição dos banhistas com suor, urina, oleosidade da pele, óleo de bronzear, desodorantes, loções e secreções diversas.

A única forma satisfatória de desinfectar e manter desinfectada a água de piscinas, eliminando os microorganismos e bactérias depositados ali continuamente, é a cloração. Da mesma forma como a água que bebemos, a cloração e a manutenção do residual de cloro não permitem a sobrevivência ou proliferação de qualquer agente contaminante na água. Caso este cuidado não seja levado a sério as consequências podem ser muitas, em graus que vão das simples mas incômodas micoses até a poliomielite.

Relacionamos algumas das doenças frequentemente associadas a águas infectadas: 

I – Associadas ao uso das instalações: infecções da pele, infecções nos olhos, dermatites e conjuntivites. 

II – Associadas ao uso do tanque (transmitidas pela água mal tratada): dengue, febre tifoide, cólera, disenteria amebiana, gastroenterites, esquistossomose, parasitose, hepatite, poliomielite, leptospirose, sinusites, anginas sépticas, conjuntivite e otites. 

Em piscinas residenciais as incidências mais comuns são as moléstias superficiais da pele e ouvidos, isto porque fungos e bactérias simples são seus principais causadores. Nas infecções micotecas, normalmente acompanhadas de vermelhidão, coceira, algumas vezes pus ou bolhas, deve-se distinguir os diversos tipos de lesões, sua localização e aparência, só possível com acompanhamento médico. As regiões mais afetadas são as juntas, dedos dos pés e das mãos. 

Além das dermatoses, algumas doenças do ouvido, nariz, olhos e garganta podem ser agravadas ou contraídas em águas contaminadas, especialmente as de origem micótica ou bacteriana. Os processos infecciosos agudos ou crônicos que se manifestam nessas regiões costumam ser bastante dolorosos. Os mais frequentes são as otites (infecção do ouvido), que em seu início provocam muita coceira e pruridos, avançando para sintomas mais graves, como dor intensa e pus. 

A conjuntivite, muito comum no verão, tem seu meio de transmissão favorecido pela água contaminada, que também piora muito o estado infeccioso de indivíduos com alergias crônicas, como rinites alérgicas e sinusite.

Aedes Aegypti

Popularmente conhecido como mosquito da dengue, o Aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas horas da tarde, evitando o sol forte. Entretanto, mesmo com o tempo quente, é possível que o mosquito ataque em locais de sombra ou durante a noite.

A transmissão das doenças provocadas pela picada do mosquito não ocorre unicamente com essa mordida. O contágio é feito por meio do ciclo homem-mosquito-homem. A fêmea do mosquito pica a pessoa infectada pela dengue, mantém o vírus na saliva e o retransmite ao picar outra pessoa.

O Aedes Aegypti deposita seus ovos em diversos locais e os ovos transformam-se em larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o adulto. Uma das principais recomendações do Ministério da Saúde para o efetivo combate ao mosquito é evitar deixar água parada, dentro ou fora de casa, pois os ovos do mosquito são extremamente resistentes e podem sobreviver vários meses até a chegada da água limpa.

Geralmente, os ovos são depositados em regiões urbanas, em locais que possuam pequenas quantidades de água limpa, sem a presença de matéria orgânica em decomposição e sais, assim como locais que possuam sombras e zonas residenciais.

Todavia, a pesquisadora Marylene de Brito Arduino, da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) de São Paulo, concluiu que o mosquito também pode se reproduzir em locais sujos. Segundo Marylene, o mosquito está se desenvolvendo em ambientes sujos e até em água salgada, o que não significa que ele possa se desenvolver no mar, pois, de acordo com ela, o sal mata as larvas, e pode ser utilizado para combater os criadouros.

Segundo a pesquisadora, o resultado mostra que é preciso se preocupar com possíveis criadouros antes ignorados, como latas de tinta e pneus com resto de óleo. “O mosquito está evoluindo. Todas as espécies tentam manter sua população. Se não encontram o ambiente que preferiam antes, acabam se adaptando ao que existe”, ressalta Marylene.

Como a proliferação do mosquito da dengue é rápida, além das iniciativas governamentais, é importante que a população também colabore para interromper o ciclo de transmissão e contaminação. Para se ter uma ideia, em 45 dias de vida, um único mosquito pode contaminar até 300 pessoas.

Vale, portanto, ressaltar as principais medidas para combater o mosquito:

- Não deixar água parada em vidros, potes, pratos e vasos de plantas ou flores, garrafas, latas, pneus, panelas, calhas, bandejas, bacias, drenos de escoamento, canaletas, blocos de cimento, urnas de cemitério, folhas de plantas, tocos e bambus, buracos de árvores, além de outros locais em que a água da chuva é coletada ou armazenada;

Manter recipientes, como caixas d’água, barris, tambores e cisternas, devidamente fechados;

- Usar repelente;

- Usar roupas compridas;

- Evitar acumular lixo.

 

Fonte:pool-life.com.br