31/12/1969

Hidroterapia


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Por Mauro Boimel 

Tratamento fisioterapêutico é cada vez mais usados em clínicas, clubes e academias, para reabilitação de pacientes.

A reabilitação física em piscinas é uma atividade que cresce cada vez mais em clubes, academias e clínicas de fisioterapia. Conhecida como hidroterapia, esta técnica proporciona uma recuperação mais rápida e eficiente, acelerando o processo de reabilitação em pacientes ortopédicos e neurológicos.

Ela é indicada e usada por médicos e fisioterapeutas em programas multidisciplinares de reabilitação para pacientes em diversas áreas. A técnica ganhou força ao ressurgir no início dos anos 2000, havendo um grande desenvolvimento científico das técnicas e tratamentos aquáticos, permitindo uma ampla abordagem e atuação com os pacientes neste meio.

Segundo especialistas, trabalhar com pacientes na piscina traz benefícios ao tratamento de reabilitação. A terapêutica, correlaciona as características da água aos efeitos fisiológicos do calor, permitindo a realização precoce de exercícios em ambiente seguro e de menor incidência de lesões.

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A hidroterapia é utilizada para tratar diversas doenças, que são beneficiadas, tanto pelo efeito da água aquecida, quanto pelas técnicas específicas aplicadas por fisioterapeutas. As indicações para hidroterapia são as mais variadas
como, por exemplo, reumáticas, doenças, distúrbios neurológicos, osteomusculares tendíneos e pós-operatórios, entre outros.

Os benefícios de se trabalhar em piscina são enormes, desde as propriedades físicas da água até os benefícios físicos e mentais que esta promove. “Considero o processo de reabilitação no meio líquido muito importante para o desenvolvimento motor e muscular”, afirma o educador físico David Aizenas.

“O ganho de desempenho é imenso em atividades para a reabilitação de pessoas que tenha passado por um trauma físico ou pós-cirúrgico, como por exemplo a reconstituição dos ligamentos cruzados de um joelho”, diz ele.

Desde que passe por uma criteriosa avaliação prévia com o médico e o fisioterapeuta, qualquer pessoa pode realizar exercícios de reabilitação, de qualquer natureza, em piscinas. Apenas algumas contraindicações relativas precisam ser consideradas, como infecções de pele e doenças vasculares periféricas. Incontinência urinária e fecal, além de cardiopatias severas, devem seguir critérios específicos determinados por um médico.

“O simples fato de o meio líquido não exercer impacto sobre as articulações, já é um dos caminhos para a reabilitação de forma consciente e gradativa”, explica o educador.

A terapia em piscina aquecida combina componentes e vantagens de numerosas teorias de tratamento e técnicas de exercícios, proporcionando ao paciente: alívio da dor e espasmos musculares; manutenção ou aumento da amplitude de movimento articular; fortalecimento muscular e treino de resistência; reeducação de músculos paralisados; melhora na circulação e diminuição de edemas; manutenção e melhora do equilíbrio, propriocepção, postura e coordenação. A fisioterapia aquática é indicada para diversas patologias, como: ortopedia e traumatologia – problemas da coluna vertebral, fraturas, pré e pós-operatórios e inflamações. Também é recomendada para casos como: paralisia cerebral, síndrome de down, reumatologia, artrites, fibromialgia, e, ainda, síndromes dolorosas.

Muitas pessoas não sabem diferenciar a hidroterapia da hidroginástica. Por isso, cabe aqui uma explicação. A hidroginástica é orientada por professores de Educação Física, sendo feito por pessoas que, normalmente, não apresentam nenhuma lesão física. São exercícios para a manutenção da qualidade de vida. Já a hidroterapia é feita apenas por fisioterapeutas, em pacientes com alguma doença, onde é trabalhada uma área lesionada, treinando as atividades de vida diária visando a reabilitação do paciente.

O conceito do uso da água para fins terapêuticos na reabilitação já teve vários nomes como: hidrologia, hidrática, hidroterapia, terapia pela água e exercícios na mesma. Hoje em dia, o termo mais usado é reabilitação aquática ou hidroterapia (cuja origem vem do grego: hydor, hydatos = água / terapia = tratamento).

“Um ponto importante para realização de reabilitação em piscinas é o fato de a água, por si só, exercer uma resistência. Assim, muitos músculos são acionados, auxiliando no processo de recuperação, além disso, tonificam-se por estarem trabalhando. Isso é extremamente importante e deve ser levado em consideração no tratamento dos pacientes”, ressalta David. O professor, porém, faz um alerta. “É sempre bom procurar uma avaliação médica e orientação de um educador físico para o processo de recuperação dos movimentos e desempenho do paciente”.

Fonte: Revista Anapp – Edição 136