09/05/2024

Epidemia da dengue: cuide do próximo cuidando da sua piscina!


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Uma piscina sem os devidos cuidados pode se tornar um grande causador de circulação da dengue

 

O vírus da dengue, apesar de ser um antigo conhecido no Brasil, neste ano tem atingido recordes alarmantes e que preocupam toda a população, fazendo com que vários estados do país tenham decretado epidemia, ou seja, atingiram a taxa de mais de 300 casos a cada 100 mil habitantes.

De acordo com dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, o país registrou 1.116 mortes nas primeiras 13 semanas deste ano, uma taxa inédita e o maior número desde o início da série histórica, em 2000.

Prevenção

Diante desse cenário, é essencial reforçar os cuidados básicos e evitar água parada a todo custo, uma vez que a fêmea do mosquito Aedes aegypti, “coloca os seus ovos em borda de caixa d’água, borda de depósito, e até de uma tampinha; e com chuva, gera a eclosão do mosquito”, alerta o Dr. Luiz José de Souza, médico clínico e presidente da SBCM/RJ.

E quando falamos de piscinas não é diferente, e caso a água não esteja devidamente tratada, ou o espaço esteja abandonado, ela poderá se tornar o ambiente perfeito para a proliferação do mosquito.

Para evitar isso, “o cloro é um grande combatente. Então, você com produtos para tratamento à base de cloro, já protege o espaço”, afirma o especialista.

Além do mais, é necessário ter atenção ainda a bordas e calhas da piscina para que não acumulem água parada, ao funcionamento correto da bomba para a filtração da água, e a adoção de capa de proteção para quando ela não estiver em uso.

É por isso que, segundo a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS), a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) vistoria os locais onde possa haver piscinas abandonadas e realiza a devida limpeza das mesmas.

Contudo, caso não seja possível acessar o imóvel e nem obter contato com o proprietário, a Prefeitura pode, até mesmo, usar drones para sobrevoar a piscina e liberar larvicida biológico, e, por meio da Vigilância Sanitária, notificar e multar o responsável pelo local.

Sintomas e tratamento

Caso não tenha sido possível evitar o contágio, a detecção rápida é de suma importância para o devido tratamento, por isso, de acordo com Souza, é importante atentar-se a sintomas como “febre, cefaleia, mialgia, dor retro orbitária e gosto amargo na boca”, e após o terceiro dia “manchinhas vermelhas pelo corpo e com prurido, diarreia abdominal, vômitos, e prostração”.

O devido diagnóstico é realizado com “a análise do quadro clínico, que é muito típico, o hemograma, e antígeno ns1 para dengue”, afirma o profissional da saúde, complementando que em casos de maior gravidade, é realizado o teste de PCR, a fim de detectar qual é o sorotipo.

É importante que seja seguido o tratamento à risca, com o analgésico devidamente indicado, uma vez que “em 50% dos casos as enzimas hepáticas estão alteradas e comprometidas, e por isso, não é possível usar no tratamento um medicamento que seja metabolizado no fígado”, alerta.

Por fim, a crescente incidência de dengue demanda ações urgentes de prevenção, incluindo a eliminação de criadouros, tratamento adequado de piscinas e vigilância ativa em áreas abandonadas.

A conscientização e a colaboração por meio de um trabalho educacional são essenciais para conter a propagação desse grave problema de saúde pública.

 

Fonte: Revista ANAPP Edição 174