10/11/2022

Como funciona o aquecimento solar das piscinas


Compartilhe:

Entenda como é feito e quais cuidados são necessários para instalar e cuidar de um sistema de aquecimento solar (SAS) em piscinas residenciais

Dias chuvosos e noites frias marcam a chegada da primavera em muitas regiões do país e, por isso, nem todos estão preparados para abrir mão do aquecimento das piscinas. E apesar de já ser um tema bastante conhecido, as inovações do mercado trazem cada vez mais opções para quem busca usufruir de sua estrutura até mesmo nas épocas mais frias do ano. O aquecimento solar é um exemplo de novidade que tem chamado bastante a atenção dos banhistas e é sobre ele que vamos falar nesta matéria.

Segundo as ‘Diretrizes para ambientes aquáticos recreativos seguros’ Vol. 2, publicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2006, o aquecimento solar pode ser utilizado em piscinas de todos os materiais que suportam água quente e nas temperaturas de aquecimento recomendadas pela Instituição. O aquecimento de piscinas é feito por meio de um aquecedor composto de coletores solares em baterias ou conjunto, que absorvem o calor do sol e o transferem para a água. Por meio de um processo de circulação da água, ela passa pelos coletores, nos quais é aquecida para voltar à piscina. A temperatura final da água pode ser definida pelo próprio usuário.

Entretanto, existem especificidades que devem ser respeitadas levando em conta a posição em que os coletores solares serão instalados. O gerente comercial da Vibea, Eleandro Vargas, explica que os coletores podem ser instalados sobre qualquer superfície plana ou inclinada, como lajes, telhados ou suportes previamente projetados para recebê-los. E sempre que possível, os coletores devem ser montados em posição inclinada para aumentar o recebimento de incidência de luz solar. “Os coletores devem estar voltados à direção Norte, com um desvio máximo de 15º para não afetar seu desempenho. Caso não seja possível, é importante adicionar de 5% a 20% no cálculo de quantidades de placas além do recomendado”, explica.

A escolha desses coletores também deve ser feita com cuidado. Para Moacir Matsuda, diretor comercial da Heliotek e da Pro-Sol, os produtos devem ser testados e aprovados pelo INMETRO, sendo identificados pela etiqueta ENCE com a aplicação ‘piscina’. “Não devem ser utilizados os coletores etiquetados com aplicação de banho para piscinas, devido às suas características construtivas e de rendimento. Além disso, a instalação deve seguir as recomendações do fabricante”, afirma.

Apesar de ser possível montar e instalar os coletores a partir das instruções contidas no manual do produto, o mais recomendado é que o usuário procure por uma loja autorizada ou um profissional do segmento para realizar o serviço. É comum encontrar fabricantes que já têm ou indicam técnicos treinados e devidamente habilitados, evitando instalações inadequadas. Neste processo, também é recomendado cobrir a piscina com uma capa térmica quando estiver sem uso, para evitar a perda da temperatura. Além disso, a área de instalação deve ser suficiente para receber os coletores sem que haja sobreposição.

Em alguns casos, o tratamento da piscina pode sofrer alterações quando um sistema de aquecimento solar é aplicado. O gerente de engenharia da Heliotek e da Pro-Sol, Eduardo Montalvão, explica a importância de se manter atento às características físico-químicas da água. “Águas muito agressivas podem deteriorar não somente os coletores solares, mas também as tubulações e acessórios. É importante consultar um profissional habilitado e qualificado para a análise e orientações com relação ao tratamento da água. Coletores planos fechados com cobre, por exemplo, não podem receber água direta da piscina. Nesses casos, o circuito de aquecimento deverá ser fechado pela troca de calor indireto”.

Por último, mas não menos importante, os especialistas explicam que, por conta da automação do sistema e da definição prévia da temperatura da água, não há necessidade de desligar os sistemas de aquecimento em nenhum período do ano, mesmo quando houver calor elevado, como acontece na maior parte do país durante o verão. Também não é indicado o seu desligamento no inverno, pois essa prática pode comprometer os tubos de elevação se a água congelar, causando vazamentos e outros problemas. A boa notícia é que, uma vez instalado, o sistema de aquecimento não exige qualquer trabalho além da escolha da temperatura da água de sua piscina.

 

Fonte: Revista ANAPP Edição 165