11/07/2023

Exercícios aquáticos contribuem para preparação física e recuperação de lesões em atletas


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A Copa do Mundo está chegando e, com ela, crescem os cuidados preventivos e de preparação para garantir o desempenho das jogadoras

Com a Copa do Mundo se aproximando, as atenções se voltam para as atleta que representam o Brasil na busca pela taça FIFA. Entretanto, uma questão que pouquíssimas pessoas levantam é sobre a preparação física das jogadoras da nossa seleção. Como elas se preparam para participar de um campeonato que exige tamanha dedicação física? Além disso, como prevenir e curar lesões de partidas anteriores para chegar bem ao mundial? O educador de práticas esportivas da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP), Paulo Henrique Bonacella, explica como é feita essa preparação pré-campeonato e como os exercícios aquáticos podem ajudar.

A prevenção de lesões, segundo o especialista, é uma das primeiras questões a serem levantadas na preparação física dos atletas. “Existem atletas que já chegam à Copa com lesões em fase de tratamento. Nesse sentido, o contato com a água favorece essa recuperação com exercícios específicos de terapia”. Bonacella explica também que a natação, os exercícios de hidroginástica e atividades aquáticas subsequentes são os mais utilizados em situações como essa, por conta do baixo impacto.

“Esse tipo de exercício tem baixo impacto nas articulações já lesionadas. Isso acontece tanto em atletas com lesões mais graves, como em jogadores que saíram de partidas pesadas, por conta de gramado molhado, por exemplo, que geram pequenas lesões. As atividades debaixo d’agua vão ajudar a levar mais sangue para a musculatura, atuando no sentido de cicatrizar pequenas rupturas e hematomas causados por pancadas mais fortes”, conta.

O profissional explica que a prática de atividades aquáticas a caráter preventivo é muito comum nos dias que antecedem o campeonato. Isso porque os atletas pré-convocados não podem correr o risco de se machucar antes de entrar nas partidas, o que pode acontecer se não houver uma preparação adequada. “É importante que eles cheguem à Copa em suas melhores condições físicas e a água é um meio muito eficaz e benéfico para essa finalidade, tanto na recuperação pós-jogo, quanto na prevenção de lesões mais graves”.

Exercícios aquáticos são benéficos para preparação física e prevenção de lesões

Bonacella conta ainda que, entre os benefícios para os atletas que nadam, está a recuperação atrelada a uma movimentação muscular específica. Isso acontece por conta do estiramento no posterior da coxa. Ele explica também que essa prática faz com que o atleta mantenha seu condicionamento físico e cardiorrespiratório. “É importante que o indivíduo não esteja sedentário. E esse tipo de exercício tem uma movimentação que, mesmo sendo parcial, ajuda na manutenção desse condicionamento sem comprometer a lesão. Além disso, são exercícios que trabalham outros grupos musculares da perna, como a panturrilha, que se fica muito tempo sem movimento, sofre uma perda de massa muscular muito rápida”.

Para o público geral e atletas de outras modalidades, como vôlei, basquete e atletismo, a natação livre de 20 a 30 minutos também pode ser uma aliada para relaxar e soltar a musculatura. Alongamentos dentro da piscina aquecida também ajudam na recuperação da musculatura. Fora isso, é imprescindível que os exercícios debaixo d’agua sejam feitos com o acompanhamento de um preparador físico qualificado. “São exercícios que devem ser acompanhados sob risco de piora da lesão. Por isso, reforçamos a procura por orientação específica. É muito difícil uma pessoa lesionada fazer os exercícios corretamente por conta própria”.

O diagnóstico inicial também está entre os cuidados para atletas e não atletas que desejam iniciar a prática de exercícios aquáticos a caráter preventivo e para tratamento de lesões. “Em caso de dores, é preciso entender se é próprio do esforço do atleta, se é característica de inflamações em ligamentos ou tendões, ou se houve uma lesão mais grave. No caso de atletas, sejam profissionais ou amadores, esse diagnóstico é essencial para evitar o comprometimento da saúde, impossibilitando sua participação em campeonatos futuros”, conclui Bonacella.

 

Fonte: Revista ANAPP Ed.165