04/07/2018

A pequena Sarapuí: Cidade das piscinas


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Cidade do interior paulista, a 150 km da Capital, tem 10 mil habitantes e pelo menos 1 mil piscinas

A pequena cidade de Sarapuí, na região sul paulista, tem sua história muito ligada ao simbolismo das águas. A começar pelo nome — o mesmo recebido pelo rio que a atravessa, e que também designa um peixe de água doce que os tupis chamavam Çarã-pó ou Sarapó. Dona de poços artesianos que a abastecem com águas cristalinas, de um clima quente e propício para o veraneio, ela começa a ser conhecida por uma curiosidade: com população fixa de 10 mil habitantes, soma hoje perto de mil piscinas — proporção de uma para cada 10 habitantes — o que a torna, oficiosamente, o município com mais piscinas “per capita” do estado de São Paulo.

Quem levantou as informações e chegou a essa conclusão, a despeito de não existir um ranking ou números oficiais sobre o tema, foram os historiadores Estácio Roberto Kilciauskas e José Luiz Nogueira, este último autor do livro “Genealogia de uma cidade–Sarapuí”. Com apresentação de Kilciauskas, a publicação descreve as belezas naturais da cidade, sua tranquilidade e histórias da região e de seu povo.

“São muitas as chácaras instaladas aqui, e muitas vezes de pessoas de municípios maiores, formando uma população flutuante que vem para cá buscando lazer e descanso”, conta Kilciauskas, destacando que dados apurados junto às pessoas e às empresas do ramo, que atuam há anos na cidade, mostram o elevado número de piscinas construídas ao longo do tempo.

Fatores que estimulam a construção

Entre os fatores que estimulam a instalação de piscinas no município, a maioria em chácaras e residências, ele menciona o preço do metro quadrado de terreno, relativamente baixo em comparação ao de cidades vizinhas, como Itapetininga e Sorocaba, e o valor também menor de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), que têm favorecido o loteamento de chácaras. Contribuem ainda o clima agradável (temperatura média de 28°C, chegando a 30/32° no verão) e principalmente a água distribuída pela Sabesp, que provém de poços artesianos e é de excelente qualidade.

Para dar conta da alta demanda por construção e manutenção de piscinas, a cidade de tão poucos habitantes, localizada a 30 quilômetros de Itapetininga, 50 quilômetros de Sorocaba e a 150 quilômetros da capital paulista, abriga hoje três lojas do ramo, sendo duas delas também construtoras, além de varejistas.

Maioria das piscinas está nas residências, em chácaras, sítios e fazendas

Ivaney Dias, o Ney, vice-prefeito de Sarapuí e sócio-proprietário de uma dessas empresas, a Tudo Azul Piscinas, estima que de 90% a 95% das mil piscinas instaladas no munícipio estão em residências, principalmente em chácaras, sítios e fazendas, e o restante em estabelecimentos como hotéis, chácaras de aluguel e pousadas, bastante procurados em feriados como Carnaval e Reveillon. Já a única piscina pública, no Centro de Integração Comunitária (CIC), está fechada desde o início dos anos 2.000, mas, segundo Dias, deverá ser reativada em breve pela Prefeitura.

Fonte: Revista ANAPP Edição 138