02/11/2023

A importância dos guarda-vidas em espaços com alto movimento de banhistas


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O verão está chegando e, com ele, o reforço dos cuidados quanto à segurança dos banhistas; saiba mais sobre a importância de um guarda-vidas nos ambientes aquáticos

 

A alta temporada está chegando e, com ela, a expectativa para um volume maior de banhistas em piscinas de todo o país. Essa movimentação crescente característica do último trimestre do ano deve vir acompanhada de uma maior preocupação em termos de segurança e cuidado com os banhistas, não apenas com relação ao tratamento e saúde da água, mas também no que diz respeito à salvamentos em casos de acidentes e afogamentos. O que nos traz uma importante reflexão acerca da importante presença de um guarda-vidas nas piscinas públicas e privadas.

A função principal de um guarda-vidas é atuar na prevenção de acidentes aquáticos. Esse tipo de prevenção, segundo Juliano de Figueiredo Silvério Alves, que é veterano do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, enfermeiro e instrutor master da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA), é responsável por evitar 90% das mortes por afogamento. “Esse profissional também tem a função de observar o espaço para elevar a segurança aquática, sabendo quando e como acionar apoio médico e de resgate especializado, reconhecendo as diferentes formas de salvamento e os tipos de emergências clínicas e traumáticas, além de estar apto a aplicar corretamente as manobras de primeiros socorros”.

Juliano explica que cada ambiente aquático oferece um risco inerente ao local, podendo ser considerados como riscos baixo, médio ou alto, dependendo da proficiência aquática de cada banhista. Um exemplo disso é que, enquanto uma piscina rasa com profundidade de 50 centímetros pode apresentar baixo risco a um adulto que sabe nadar, a mesma estrutura pode ter um risco alto para crianças com três anos que estão desacompanhadas e que não têm qualquer conhecimento em nado.

“Nesse sentido, os processos de salvamento também são diferentes, ocorrendo conforme o risco calculado e a prevenção planejada para aquele espaço. Além das piscinas públicas e privadas, são considerados ambientes aquáticos os parques com piscinas, rios, lagos, cachoeiras e o mar. Nas cachoeiras, por exemplo, que têm água corrente e pedras, são utilizados equipamentos e técnicas de salvamento diferentes das que são aplicadas às piscinas e ao mar. Por isso o guarda-vidas deve ser devidamente treinado para o seu ambiente de atuação”, explica Juliano.

Para saber se um guarda-vidas está apto a realizar as manobras de salvamento, é importante solicitar o certificado que funciona como uma declaração de treinamento teórico prático presencial. Esse documento certifica que o profissional foi aprovado nos treinamentos e simulados de prevenção para situações de salvamento nos ambientes em que deseja atuar. Esses certificados têm validade de dois anos, sendo necessário repetir os treinamentos para renová-los após esse período.

Apesar de não haver uma Lei Federal que defina a profissão e o serviço dos guarda-vidas, existem leis estaduais, principalmente nos estados com cidades litorâneas, que definem a obrigatoriedade da presença de um profissional permanente para pronto atendimento aos banhistas em ambientes como praias e piscinas, tanto públicas quanto privadas, bem como eventos realizados em parques, clubes, rios e lagos.

Para as pessoas interessadas em obter o certificado e atuar como guarda-vidas, Juliano explica que qualquer pessoa que possua os requisitos mínimos para a profissão pode iniciar o curso de capacitação. No Brasil, as legislações estaduais é que definem como será realizado esse treinamento, incluindo instruções técnicas, atividades que compõem o curso, provas a serem aplicadas nos candidatos, e quais simulados de salvamento serão executados. Na maioria dos estados, o curso de capacitação de guarda-vidas Profissional de piscina exige carga horária de 52 a 60 horas, de rios e lagos uma média de 90 horas, e em mar aberto cerca de 110 horas, conforme as recomendações da SOBRASA.

 

Fonte: Revista ANAPP Edição 171