03/07/2025

Chega de incidentes: medidas essenciais para evitar o afogamento de crianças em piscinas


Compartilhe:

Especialista da SOBRASA orienta sobre os cuidados indispensáveis com crianças em ambientes aquáticos residenciais e coletivos para evitar afogamentos

O primeiro passo para proteger as crianças de afogamentos é não deixa-las sozinhas na piscina

O ambiente aquático é fonte de lazer e desenvolvimento físico para crianças, mas exige vigilância constante e medidas estruturais para evitar possíveis incidentes. Até mesmo porque, segundo dados recentes do Boletim Epidemiológico 2025 da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA), há um cenário preocupante: o afogamento segue como uma das principais causas de fatalidades entre jovens brasileiros.

Conforme o levantamento, o afogamento é a segunda causa de óbito entre crianças de 1 a 4 anos, a quarta entre 5 e 9 anos, a terceira entre 10 e 14 anos e a quarta entre 15 e 24 anos.

Antônio Carlos Migliora Santos é chefe do Departamento Piscina + Segura da SOBRASA

A análise também indica que crianças menores de 9 anos se afogam com maior frequência em piscinas e ambientes residenciais, enquanto as maiores de 10 anos estão mais vulneráveis em águas naturais, como rios, represas e praias. Outro dado relevante aponta que crianças entre 4 e 12 anos, mesmo sabendo nadar, são vítimas frequentes de incidentes causados pela sucção de bombas em piscinas.

Apesar de todas as faixas etárias demandarem atenção, segundo Antônio Carlos Migliora Santos, chefe do Departamento Piscina + Segura da SOBRASA, “quanto menor a idade maior a vulnerabilidade”.

Educação e prevenção: papel fundamental dos pais e responsáveis

Para Santos, prevenir começa com a orientação correta básica passada pelos responsáveis, que são:

  • Nunca entrar na piscina sem estar na companhia dos pais ou responsáveis;

  • Evitar brincadeiras de risco, como correr nas bordas, mergulhar sem técnica adequada ou afundar colegas;

  • Evitar o uso de boias infláveis ou colchões aquáticos, que não oferecem segurança e podem esvaziar ou se soltar facilmente;

  • Optar por coletes salva-vidas homologados pela Marinha do Brasil.

Outro ponto importante diz respeito ao ensino da natação, que pode ocorrer a partir dos seis meses de idade, e se torna “mais uma camada de proteção na prevenção ao afogamento”, reforça o profissional.

Entre os conteúdos mais importantes da iniciação à natação estão a flutuação, o controle respiratório e a propulsão, pois essas habilidades ajudam a criança a se manter na superfície e evitar aspiração de água.

No entanto, nada substitui o olhar atento e presente dos adultos, uma vez que os afogamentos ocorrem principalmente pelos seguintes comportamentos dos responsáveis: por falta de atenção, uso do celular, e ausência do local (mesmo que por breves minutos).

A segurança começa no ambiente

Além da vigilância constante, é essencial que os espaços estejam adequadamente preparados para prevenir incidentes. Confira as recomendações:

  • Controle de acesso à piscina e demais áreas com água (cisternas, tanques, banheiras);

  • Cercas com altura mínima de 1,10m, que permitam visão interna da piscina;

  • Portões com auto travamento;

  • Cuidado redobrado com ralos de fundo, que podem prender cabelos ou partes do corpo por sucção.

E se o afogamento acontecer?

Apesar de todos os cuidados, caso ocorra algum imprevisto, é fundamental que os adultos sigam as recomendações:

Interromper o afogamento oferecendo flutuação;

Acionar o socorro médico (192 ou 193);

Retirar a vítima da água apenas se for seguro;

Iniciar primeiros socorros com ventilação e massagem cardíaca até a chegada da ajuda profissional.

E para realizar o último tópico, é importante contar com cursos de primeiros socorros, pois eles são altamente recomendados para pais, educadores e profissionais que atuam com crianças em ambientes aquáticos.

Invista em bóias e outros acessórios de segurança

Programa Piscina + Segura

Estar bem informado sobre riscos e cuidados faz toda a diferença, e para isso, a SOBRASA oferece o programa Piscina + Segura, com materiais educativos, atividades e orientações voltadas para pais, professores de natação, clubes, condomínios e escolas. É uma ferramenta essencial para fomentar a cultura da prevenção em espaços residenciais e coletivos.

Mais informações podem ser acessadas no site oficial:

A ANAPP disponibiliza em sua página inicial uma aba exclusiva com esta e diversas outras orientações sobre segurança em piscinas e spas. O objetivo é conscientizar profissionais e usuários sobre práticas seguras e responsáveis. Dê preferência sempre aos preceitos de segurança, optando por produtos que atendam aos requisitos da ABNT NBR 10339. Garantir instalações corretas e a contratação de profissionais qualificados é essencial para que piscinas e spas sejam ambientes de lazer seguros e confiáveis para todos. Acesse aba ‘‘Segurança’’: 

 

Fonte: Revista Edição 181