12/12/2021

Wellbeing: a evolução do bem-estar para as áreas comuns


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Com os lares se tornando uma extensão das escolas e escritórios, oferecer espaços que proporcionem privacidade, segurança e bem-estar físico, emocional e espiritual torna-se um diferencial

A pandemia de Covid-19 que o mundo ainda vive acelerou o processo de algumas mudanças sociais. O isolamento transformou os lares em um hub e, local que sempre foi visto como abrigo, passou a agregar outras funções: escola, escritório, lazer, descompressão e saúde. E diante da possibilidade de passar cada vez mais tempo dentro de casa, seja ela uma residência, um condomínio, uma chácara ou um sítio, o conceito de wellness, em que cada indivíduo busca o seu próprio bem-estar, evoluiu para o wellbeing, um conceito holístico que tem como missão promover o bem-estar de forma global, para todos os indivíduos da sociedade.

“O que a gente tem percebido é que o mercado tem se movimentado para oferecer cada vez mais espaços inteligentes em que as pessoas possam receber grupos pequenos de familiares e/ou de amigos. Não dá mais para pensar em área comum apenas como grandes salões ou espaços fechados que acomodam um grande número de pessoas”, explica a economista Maria Aparecida Toledo.

Maria Aparecida Toledo, economista e sócia da Soffio

Sócia da Soffio, empresa com base no Brasil e na Itália que observa e acompanha as tendências e comportamentos dos consumidores do mercado imobiliário, Maria Toledo expõe que existe uma percepção global de que a população terá que enfrentar novos vírus com mais frequência e por isso precisa estar preparada com espaços de lazer que proporcionem privacidade, segurança e bem-estar físico, emocional e espiritual.

“As grandes incorporadoras já não pensam apenas na segunda opção de piscina, em espaços fechados, própria para se praticar esportes e relaxar a noite ou durante o mau tempo. Os projetos mais atuais já levam em consideração o que nós chamamos de VIP Space, ou seja, terceira piscina que geralmente está integrada a uma churrasqueira ou um pequeno salão. Justamente para se tornar uma área reservada e intimista para poucas pessoas”, exemplifica a arquiteta e sócia da Soffio, Flávia Paes Lourenção.

Flávia Paes Lourenção, arquiteta e sócia da Soffio

Flávia ressalta ainda que todos esses espaços e projetos têm ganhado atenção especial da indústria de acessórios e revestimentos, uma vez que a piscina só passa a ter sentido quando ela está inserida em um contexto que potencializa a sensação de calma e tranquilidade. “Cada vez mais as pessoas compram a experiência do produto, a experiência da piscina e da área de lazer. Não é apenas nadar e se exercitar, mas o momento que você passa ali. Por isso, os projetos paisagísticos ganham destaque, móveis e acessórios com materiais e fibras naturais e tecidos de cores claras e clean que remetem à natureza. Não à toa as piscinas de rooftop têm sido cada vez mais comuns em empreendimentos menores”, aponta.

Maria Toledo complementa que os espaços verdes e arejados que proporcionam sociabilidade consciente também ganharam relevância nos novos projetos residenciais. “A pandemia mostrou que as áreas externas e jardins são fundamentais para o bem-estar social. Justamente porque são nesses espaços que avós têm recebido seus netos e familiares de forma segura, aconchegante e agradável”, comenta.

De acordo com as sócias da Soffio, esse movimento de transformar as casas e lares em refúgio do caos e aglomeração das grandes cidades e metrópoles foi acelerado pela pandemia e a expectativa é que cresça e alcance todas as classes sociais. “A sociedade já se movia em busca de qualidade de vida e bem-estar social. E de uma forma ou de outra, todas essas mudanças também vão chegar às demais classes sociais. É mais ou menos o mesmo processo que aconteceu com as piscinas e varandas nas décadas passadas. Hoje, essas estruturas são acessórios básicos em praticamente todos os empreendimentos”, finaliza Flávia.

 

Fonte: Revista ANAPP Edição 156