08/11/2018

Polo Aquático Balança a rede


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Modalidade exige alto nível de preparação e tem três mil atletas em atividade no País

Por Sergio Kapustan

Redes para gols, bola sempre molhada e dois times (com sete jogadores de cada lado) na piscina transformada em quadra. O polo aquático é uma atividade esportiva que, assim como acontece na natação, a água reduz a pressão e o impacto dos movimentos nas articulações, diminuindo as chances de lesões.

A partida dura em média 32 minutos, com quatro blocos de oito minutos. A idade para entrar em quadra varia de sete (mínima) até 75 anos (master), segundo informação da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), indicando que trata-se de uma atividade esportiva aberta a pessoas de diferentes idades.

É jogado em uma piscina de 25 metros, no feminino, e de 30 metros, no masculino, com os participantes identificados por uma touca na cabeça com um número. Suas regras mesclam futebol, basquete e rúgbi. O goleiro, por exemplo, pode tocar a bola com as duas mãos, os demais atletas só com uma e são proibidos de tocar no fundo da “quadra” e se movimentarem constantemente. É um dos esportes mais antigos nas Olimpíadas. Sua estreia mundial foi nos Jogos Olímpicos de Paris, em 1900, com equipes masculinas disputando as medalhas. As mulheres aderiram a competição a partir de Sydney 2000. Os Estados Unidos dominam os quadros de medalhas. O Rio de Janeiro, no início do século XX, foi considerado a porta da entrada do esporte no País. Era então praticado na praia e a primeira participação brasileira em Olimpíadas foi nos jogos de 1920, realizados na Antuérpia (Bélgica). Em 1963, o Brasil alcançou o topo ao garantir o primeiro lugar nos Jogos Pan Americanos, disputados em São Paulo, e registra também oito participações em Olimpíadas.

 

Organização

A CBDA é responsável pela organização e fomento do esporte no Brasil, além de selecionar e treinar times para participação em competições internacionais. Vinte clubes estão filiados à entidade e três mil atletas estão em atividade no País. Entre as competições organizadas por ela destacam-se: Liga Nacional, Troféu Brasil e Campeonatos Brasileiros sub 13/15/20.

A Liga Nacional já está em andamento com oito equipes em disputa: ABDA Bauru, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Paineiras, Paulistano, Pinheiros e SESI-SP. Os dois turnos da competição terão nove meses de duração, com a última rodada em dezembro, quando serão disputados os playoffs.

A confederação é também responsável por organizar equipes para disputar competições internacionais. Entre elas estão Mundial Aquático, Liga Mundial, Sul-Americano, Pan-Americano e o Campeonato Mundial sub 16/18/20.

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Clube Pinheiros

Com uma das principais equipes da Liga, o Esporte Clube Pinheiros, com sede em São Paulo, completa 119 anos. É a mais antiga equipe do País, sendo base das seleções brasileiras masculina e feminina O esporte começou a ser praticado em 1949 por atletas da natação. O clube possui hoje mais de 200 atletas, que vão desde a base (infantil) até o sub 19 e o adulto (feminino e masculino). Os atletas têm o acompanhamento de quatro treinadores: dois da base e dois adultos. O clube destaca que marca presença em competições no Estado de São Paulo e outras localidades, além de orgulhar-se de ter atletas convocados para representar o Brasil em competições internacionais. Em julho, três atletas masculinos do clube – Rafael Vergara, Bruno Chiappini e Thomas Borges – e duas femininas – Thatiana Pregolini e Luana Quinn – reforçaram as seleções brasileiras no Campeonato Pan-Americano, em Tampa, na Florida (Estados Unidos). Os meninos ajudaram a conquistar o título ao vencer os americanos por 8 a 5 na decisão. A seleção feminina ficou com a medalha de prata ao ser derrotada pelo Canadá por 12 a 9, com Thatiana sendo eleita a melhor goleira da competição. Rafael foi o artilheiro e também o melhor jogador do campeonato. “A atuação dos pinheirenses é fruto da comissão técnica e da diretoria que priorizam há alguns anos a base do clube”, destacou o técnico de polo aquático do Pinheiros, Roberto Chiapini.

 

Fonte: Revista ANAPP Edição 140