09/05/2023

Natação para bebês


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A partir dos seis meses, as crianças podem contar com o benefício do aprendizado. Entre os benefícios estão desenvolvimento do sistema motor e cardiorrespiratório, melhora do sono e do apetite

Antes mesmo de começar a engatinhar, a criança já pode contar com os benefícios do aprendizado da natação, desde que sejamtomados os cuidados para a sua proteção e desenvolvimento a habilidade no tempo certo. O contato com a água é recomendado a partir dos seis meses de vida, em piscina aquecida, a uma temperatura média de 32 graus e em local sem corrente de vento, com a participação da mãe ou do pai, o que fortalece a aproximação com os progenitores.

O exercício dentro da água auxilia no desenvolvimento cognitivo, o que lhe dá no decorrer do aprendizado a noção de espaço e a habilidade de defesa na piscina, evitando acidentes por afogamento.

No tocante ao aspecto físico, os exercícios na água possibilitam o desenvolvimento do sistema locomotor, bem como o fortalecimento muscular, dos pulmões, da capacidade cardiorrespiratória, além de auxiliar o posterior relaxamento e estimular o apetite. Também ajuda no equilíbrio do sono e mantém a criança mais ativa, além de melhorar o sistema imunológico.

Marun David Cury, pediatra e diretor da APM (Associação Paulista de Medicina) explica que aprendizado a partir da tenra idade, de forma regular, proporciona a melhoria generalizada para a saúde dos pequenos. Entre os vários benefícios citados estão o estímulo para o desenvolvimento da musculatura, do sistema motor e o fato de a criança ficar mais ativa. “É também uma maneira de prevenir um acidente muito comum na infância, o afogamento”, considerando que quando a criança não tem a prática da natação, ela cai e vai direto para o fundo da piscina. “No primeiro momento, a criança para de respirar e, quando respira, inala a água que vai para os pulmões, o que geralmente leva ao óbito. Eu diria que é um acidente relativamente comum e que a melhor forma de evitá-lo é ensinar a criança a nadar.”

O pediatra observa ainda a importância de os pais acompanharem as atividades da criança dentro d’água até a idade de três ou quatro anos, quando já sabem nadar e podem ser assistidos diretamente somente pelo professor. Apesar dos benefícios da natação, Marun Cury recomenda que os pais consultem o pediatra para saber se a criança está apta para a atividade. E acrescenta que a prática do esporte no combate a problemas respiratórios, como bronquite asmática ou catarral, ou motor. “Aí seria a natação funcionando como hidroterapia.”

 

Primeiros passos

Almir Marchetti, responsável pelo departamento pedagógico da Metodologia Gustavo Borges, aplicada nas quatro unidades próprias e em 440 instituições licenciadas no Brasil, entre escolas de natação, clubes e academiais este último corresponde a 70% do universo de locais que usam o método de aprendizado, conta dos aspectos positivos da disciplina no ensino. “Criamos rotinas de acompanhamento a serem seguidas por professores, respeitando os níveis de aprendizado, norteadas pela idade e habilidade da criança. São realizadas avaliações periódicas, quatro ao ano, e entregues aos pais”, explica.

O programa tem como objetivos o desenvolvimento motor, psicossocial e de valores virtuosos, que inibem o medo, transmitem segurança e auxiliam na sociabilização durante a aula. “Trabalhamos com a educação por meio da natação”, resume Marchetti.

O método é aplicado para bebês a partir de seis meses de idade. O primeiro nível de aprendizado vai até um ano de vida; o segundo, de 13 meses a dois anos, sendo que nos dois casos precisam ser acompanhados pelos pais na piscina.

E na faixa de 25 meses a três anos, quando ainda são considerados bebês, são assistidos pelo professor, sem acompanhante, e respeitando o limite de quatro alunos aos cuidados de cada profissional, delimitando inclusive o espaço que deve ser usado na piscina para garantir a segurança dos pequenos e o desenvolvimento das suas habilidades.

“Nas fases iniciais estimulamos as habilidades básicas da natação, que consistem no controle da respiração, em não engolir a água, bem como assoprar o ar debaixo d’água, fazendo bolinhas, e abrir os olhos. Eles aprendem a flutuar, movimentos alternados e simultâneos de pernas e braços e as mudanças de posição do corpo, para garantir a sobrevivência”, acrescenta lembrando que no primeiro momento a criança não tem a habilidade do nado, mas, por meio do controle da respiração e movimento do corpo, pode se deslocar para um lugar seguro.

O sistema envolve também o desenvolvimento da competência e prontidão aquática, que significa transmitir ao bebê a “noção do perigo” e como reagir em situação adversa e aprender a se virar na água: “Simplesmente o saber nadar não blinda contra o afogamento. Ensinamos inclusive que não pode entrar sozinho na água nem correr em volta da piscina. Educamos as crianças na questão que envolve segurança, lição que vamos construindo de acordo com a maturidade delas.” .

 

Fonte: Revista ANAPP Edição 141