28/10/2021

Hidroterapia para cães


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Tratamento é indicado para pets obesos, no pós-operatório de problemas ortopédicos e para outros males que atingem principalmente os animais adultos e idosos

Por Rúbia Evangelinellis

Foi-se o tempo em que os pets eram criados soltos, sem cuidados na alimentação e com a saúde. Hoje contam com cuidados especiais dos donos, passam mais frequentemente por consultas com veterinários e são submetidos a avaliações preventivas e tratamentos fisioterápicos que proporcionam bem-estar. Neste leque, encontra-se a hidroterapia, técnica de exercícios aplicada dentro d’água aquecida (com temperatura entre 26º e 30o) que auxiliam na recuperação de cães, de diferentes idades.

 

Existem três modalidades que compõe a hidroterapia: natação, hidroesteira (com esteiras submersas) e a cinesioterapia (exercícios aplicados na água). Embora possa ser aplicada para cães de todas as idades, a veterinária Cinthya Ugliara, da rede Petland, recomenda atenção especial no deslocamento de filhotes, de até quatro meses, que ainda não tomaram todas as vacinas, para centros de reabilitação animal, ficando expostos a contágios. “Neste caso, o ideal, quando possível, é o tratamento em casa com acompanhamento de especialista”, acrescenta.

 

Animais adultos e idosos são os pacientes mais frequentes da hidroterapia, que deve ter sessões adaptadas a cada caso, levando em conta o ritmo de cada animal. Duram cerca e 15 a 30 minutos e são indicadas de uma a três vezes por semana para animais que precisam ganhar massa muscular, com problemas neurológicos ou locomotor, obesos ou que tenham outras doenças.

Os animais mais velhos apresentam maiores problemas articulares de locomoção e esse tipo de tratamento ajuda a proporcionar bem-estar, explica Cinthya. A hidroterapia é recomendada até para animais tetraplégicos. “Nestes casos, há o benefício maior em razão da ação hidrostática, ação que promove a melhora da pressão sanguínea, no retorno linfático, retirando edemas, e das trocas gasosas no pulmão, além de outros efeitos fisiológicos. É mais fácil tratar um paciente tetraplégico com exercícios dentro d’água”.

A especialista explica que a hidroterapia é indicada para animais de todas as condições, sejam de porte atlético ou tetraplégico. Entre as patologias indicadas estão artroses, displasias,hérnias de disco e no tratamento de diabetes, cardiopatia leve e hiperadrenocorticismo – doença que resulta no aumento do cortisol (hormônio) produzido pelas glândulas adrenais e que provoca dor, flacidez muscular e obesidade. “Dependendo do caso, a hidroterapia possibilita inclusive a redução do uso de medicamentos”.

Em média, uma sessão custa em torno de cem reais. O método é contra indicado para pets com incontinência urinária ou fecal, portadores de doenças gastrointestinais e infectocontagiosas ou outro mal que provoque edemas. Animais que sofram de epilepsia, diabetes em grau de descontrole e doenças de pele ou com feridas abertas ou que estejam no pós-operatório imediato, sem cicatrização do corte, também não podem fazer o tratamento.

O veterinário Daniel Calvo, docente e neurologista do Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi, instalado na Zona Leste da capital paulista, considera a técnica importante na recuperação de pacientes que precisam ganhar massa muscular, corrigir postura e para a melhora da locomoção, sem gerar impacto na articulação e parte óssea. “Os problemas neurológios (que afetam a coluna e levam a hérnia de disco) e ortopédicos são os recorrentes e tratados com a hidroterapia, aqui tratados na esteira.”

 

Fonte: Revista ANAPP Edição 141