21/12/2023

Férias, piscinas e os riscos com a eletricidade


Compartilhe:

“Eletricidade e água não combinam”

por Edson Martinho

Na época de calor ou onde o clima é sempre quente, um banho de piscina é a melhor maneira de se refrescar. Enquanto algumas pessoas têm piscina em casa, na chácara ou no condomínio, outras usam a piscina em locais públicos; mas não importa onde esteja a piscina, temos que tomar cuidado com alguns riscos, como um “escorregão”, brincadeiras de pular em piscinas cheias, que podem ocasionar lesões, crianças em piscinas profundas, dentre outros. Neste artigo, porém, vamos tratar de um tipo de acidente específico, que apesar de comum, ainda é pouco falado: o choque e os riscos dos circuitos elétricos muito próximos à piscina.

A máxima de que “água e eletricidade não combinam” precisa ser levada a sério pelos banhistas, pois não se trata de um mito. Por este motivo, o nosso alerta é para que sejam avaliados todos os circuitos de energia que estejam na área da piscina, verificando se estão distantes da área úmida. O ideal é mantê-los a uma distância de no mínimo 3 metros da área em que as pessoas possam acessar com os pés molhados ou descalços.

Uma prática muito comum atualmente é o uso de sistemas de som à beira da piscina, para alegrar o ambiente e ou mesmo para a recreação. Quando conectados via bluetooth e com baterias, esses sistemas não apresentam risco. O problema surge nos casos em que a bateria está numa altura baixa e é puxada uma extensão para ligar o carregador. Muitas vezes, os banhistas também se aproveitam disso para adicionar carregadores de celular na mesma tomada, o que eleva os riscos. O sistema de som deve estar ligado longe da piscina para reduzir as chances de um choque elétrico. Para se ter uma ideia, a tensão limite de segurança recomendada para quem está em um local úmido é de 25 Volts, e quando imerso na piscina ou banheira, por exemplo, a tensão baixa para 12 volts. Uma pessoa que está na piscina e leva um choque de 110 ou 220 Volts, recebe uma tensão de 10 a 20 vezes maior, o que pode levar a um acidente com sérias complicações de saúde.

Outro risco está relacionado à instalação de iluminação da área da piscina, que também deve estar distante da estrutura e isolada das partes metálicas. Muitas vezes, os sistemas de iluminação estão presos às grades que envolvem a piscina. O que gera riscos, principalmente se não houver manutenção, pois um fio pode perder o isolamento e deixar tudo energizado à sua volta. No caso da iluminação interna, que fica no interior da piscina a caráter decorativo, são admitidas tensões de 12 Volts no modo tensão de segurança com separadores elétricos que, além de reduzir a tensão em níveis de segurança, garantem que nenhuma falha gere tensão de risco.

Se o seu prédio, casa ou chácara tem uma piscina com alguma dessas características, ou se você e sua família frequentam piscinas públicas ou de clubes, certifique-se de que essas condições de segurança estão sendo atendidas.

Além de ter cuidado redobrado com o manuseio de equipamentos elétricos e eletrônicos ligados à tomada nas áreas de piscina, é importante tomar cuidado com relação às tempestades com raios. Quando o tempo fechar, saia da piscina ou área aberta e vá abrigue-se em um local coberto até que a chuva passe e os raios cessem. E lembre-se: os para-raios encontrados em alguns prédios servem para proteger as pessoas dentro do edifício, mas não protegem as que se encontram na área externa, onde a piscina está comumente localizada.?

 

Fonte: Revista ANAPP Ed. 163