11/12/2021

Diversão com Proteção


Compartilhe:

ONG desenvolve programa de prevenção de acidentes em piscinas com olhar especial para crianças

Pense numa pessoa que vai comprar o carro dos sonhos e valoriza itens que possam depois inibir traumas, como cinto de segurança e airbag, em vez de se preocupar, primeiramente, em como evitar acidentes. Respeitar a sinalização de uma via pública e a velocidade permitida, por exemplo, são medidas importantes para prevenir colisões.

Quem faz a comparação é o fundador e diretor médico da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), David Szpilman, ao chamar aatenção para importância de evitar acidentes em piscinas, principalmente com crianças.

David Szpilman lembra que a piscina é o primeiro contato da criança com a água e, às vezes, com consequências graves para os pais por descuido e falta de informação. Levantamento da ONG mostra as piscinas como uma das maiores causas de acidentes graves em crianças na faixa de um a nove anos de idade. E aquelas com quatro a 12 anos, que sabem nadar, se acidentam mais pela sucção da bomba. Para diminuir esses índices, a Sobrasa vem se dedicando, desde 1995, a chamar a atenção da sociedade para prevenir acidentes em piscinas coletivas (academias, associações e clubes) e particulares.“Oferecemos cursos de ‘direção defensiva’, ou seja, de prevenção. Conhecendo essas orientações, as famílias podem desfrutar do lazer na piscina sem sustos”, afirma o médico.

A Sobrasa reúne 15 mil apoiadores no País, entre médicos, guarda-vidas, psicólogos e mergulhadores que atendem uma “clientela” de 2,5 milhões de pessoas, entre órgãos públicos, academias, clubes e associações.

Piscina segura

Um dos programas mais conhecidos da associação é o Piscina Segura, com foco na prevenção de acidentes. Szpilman destaca um leque de cinco medidas para uma diversão tranquila, que é seguido pela academia do nadador Gustavo Borges.

As recomendações são de não descuidar das crianças, mantendo uma distância aproximada de um braço, mesmo na presença de um guarda vidas; fazer cursos de emergências aquáticas, que ensinam dicas simples de como evitar o afogamento e de como socorrer sem se tornar uma segunda vítima. Outro cuidado essencial é instalar grades ou cerca transparente com portões auto travantes a uma altura que impeça crianças de entrar no recinto sem a companhia de um adulto. A quarta medida de proteção é manter um guarda- vidas em piscinas coletivas devidamente equipado, com seu flutuador, ou um professor de natação com treinamento em emergências aquáticas durante o horário de aula.

E a quinta regra de segurança é evitar a sucção de cabelos e partes do corpo com uso de ralos anti aprisionamento e precauções de desligamento de funcionamento da bomba. David Szpilman ressalta a importância do guarda-vidas principalmente em piscinas coletivas.

São Paulo, Santa Catarina e Ceará são alguns dos estados em que já é obrigatório, por lei, ter guarda-vidas em condomínio. A Sobrasa defende que a medida seja aplicada em todo o País e está discutindo a matéria no âmbito do Congresso Nacional. “O guarda-vidas é a pessoa que fará a avaliação de riscos do local e deve orientar os pais sobre os cuidados necessários”.

 

Fonte Revista ANAPP Edição 140