28/11/2019

Água Saudável


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Como a água da piscina se polui e contamina

Durante o uso, banhistas aportam na água cabelos, pêlos, cosméticos, células mortas e óleos da pele, suor e outras secreções, urina etc., além de seus próprios microorganismos. Mesmo com a piscina sem uso, os agentes atmosféricos – como o ar, o vento, as chuvas – trazem poeiras, insetos, folhas, algas, fungos e bactérias. A própria água de abastecimento, conforme sua origem, pode conter alguns ou todos esses contaminantes. Os organismos vivos encontram nessa mistura meio altamente propício para crescer e se multiplicar, ameaçando a saúde e o bem-estar dos banhistas.

Limpeza física eficiente, consegue eliminar a parte visível dessa poluição (folhas, insetos, poeira), mas as demais, que são invisíveis aos nossos olhos, misturam-se na água, passam pelo meio filtrante e entram em contato íntimo com os usuários.

Esses contaminantes invisíveis podem ser divididos em duas categorias: impurezas químicas (substâncias orgânicas e inorgânicas) e impurezas biológicas (microorganismos vivos ou mortos).

 

Desinfecção

Os microorganismos vivos precisam ser eliminados para não crescerem e se multiplicarem. Desinfecção é o nome que se dá ao processo que elimina 99,99% dos microorganismos vivos. O cloro – por diversas características que apresenta – é o produto mais amplamente utilizado em todo o mundo para a desinfecção de águas para fins potáveis, industriais e recreacionais.

Logo que colocado na água, o cloro reage para formar o ácido hipocloroso (HOCl), também chamado cloro livre, o verdadeiro e poderoso desinfetante que em pouco tempo destrói os microorganismos presentes. A quantidade de cloro livre que sobra na água após essa ação é chamada de residual de cloro livre. Para que a água da piscina seja considerada sanitariamente segura ela deve conter - o tempo todo - residual de cloro livre da ordem de 2 a 4 ppm, porque esse nível assegura a destruição contínua e eficaz dos microorganismos que lhe chegarem a qualquer momento através dos agentes atmosféricos, da água de reposição e dos próprios banhistas. Esta é a missão da cloração no tratamento de águas de piscinas.

 

Ameaças ao poder desinfetante do cloro

Microorganismos mortos somam-se às impurezas químicas (orgânicas) já mencionadas; e esse conjunto, se acumulado na água, passa a lhe transmitir aspecto desagradável como viscosidade, opacidade, e a atrapalhar o processo de desinfecção, servindo de alimento para novos microorganismos.

Outras impurezas químicas, aquelas que contém nitrogênio de origem amoniacal (orgânico ou inorgânico), como suor, urina, aminoácidos, sais de amônio, entre outros, reagem com o cloro livre, consumindo-o, e dando formação ao cloro combinado, que, para efeitos práticos, não tem poder desinfetante em águas de piscinas. Porém, o cloro combinado, também chamado de cloramina, tem cheiro forte “de cloro", é irritante aos olhos e mucosas dos usuários e, em geral, é interpretado pelos banhistas como “excesso de cloro na água”. É aqui que se forma a grande confusão: cloro livre não tem cheiro, mesmo em residuais de 20 ppm; cloro combinado exala cheiro forte e irritante a partir de 0,1 ou 0,2 ppm.

Não há possibilidade de impedir a formação de cloro combinado, porque a manutenção de residual de cloro livre é necessária e obrigatória; o uso da água por banhistas – que contribuem com a maior parte do material amoniacal – é o objetivo e finalidade da piscina; mesmo sem uso, a água recebe continuamente outros contaminantes através do ar, ventos, chuvas e da água de reposição.

 

A oxidação preserva a ação do cloro

A oxidação – ou “queima” - é o processo utilizado em tratamento de águas de piscinas para destruir os contaminantes orgânicos e o cloro combinado. Ela precisa ser feita no início do tratamento e repetida com freqüência para que a desinfecção não seja comprometida e também para evitar a deterioração da qualidade da água. Essa oxidação é feita com dosagens relativamente altas de oxidante, por isso é chamada de oxidação de choque. A oxidação de choque pode ser feita com alta dosagem de cloro (supercloração) ou com outro oxidante.

 

O sol também ameaça o residual de cloro

A mesma luz solar que propicia o uso da piscina com maior alegria e prazer também ameaça a ação desinfetante do cloro: sua luz ultravioleta destrói o residual de cloro livre em 2 a 3 horas de exposição. É praticamente impossível manter-se cloro livre numa água exposta ao sol sem adições constantes e regulares de cloro que só são possíveis com o uso de equipamentos automáticos e, mesmo assim, com consumo elevado de cloro.

Também para esse problema a tecnologia atual tem solução: a estabilização do cloro impede a ação destrutiva dos raios ultravioleta sobre o cloro livre, permitindo mantê-lo o tempo todo dentro da faixa recomendada e com muita economia.

 

Resumindo, para obter e manter a água da piscina saudável é necessário:

A – Oxidação de choque – Tem como função eliminar (“queimar”) os restos de microorganismos mortos pela desinfecção, assim como os demais materiais orgânicos de diversas origens e substâncias químicas que podem comprometer a qualidade da água, especialmente as cloraminas. Deve ser feita no início do tratamento químico e repetida com freqüência, de preferência semanalmente.

B – Desinfecção com cloro (cloração) – Mata os microorganismos presentes na água antes que tenham tempo de infectar os usuários ou se multiplicar. A cloração deve ser um processo contínuo, com manutenção de residual de cloro livre de 2 a 4 ppm sempre presente, já que o aporte de contaminações à piscina é constante.

C – Estabilização do cloro – Tem a finalidade de impedir que os raios ultravioleta do sol consumam rapidamente o cloro adicionado à água e anulem a ação desinfetante. Piscinas internas – que não recebem luz solar – não necessitam da estabilização.

 

Fonte: pool live