11/11/2020

Aedes também preocupa


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Com o distanciamento social, devem ser redobrados os cuidados e a limpeza na área da piscina para evitar contágio de doenças provocadas pela picada do mosquito, como a dengue

Segundo o Ministério da Saúde, o mosquito deposita os ovos em lugares quentes e úmidos, preferencialmente próximos à linha d’água. Por isso, é importante manter a piscina limpa, inclusive nas bordas e cantos.

O entorno também requer atenta limpeza, uma vez que o pernilongo gosta de locais com água limpa parada para se reproduzir e, além das piscinas, mira também em latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas e pratos de vasos de plantas, sendo este último comum em quase todas as casas, apartamentos e hotéis.

Paulo Almeida, químico especializado em tratamento e desinfecção de água e gerente de qualidade, pesquisa e desenvolvimento da Hidrodomi, ressalta a importância de preservar a área protegida rotineiramente: “É fundamental manter o controle da água, com cloro mínimo para evitar a contaminação microbiológica.”

E, nesse momento, acrescenta, em que o vírus (da Covid-19) permanece vivo em determinadas superfícies, os cuidados com a higienização têm de ser redobrados. O vírus não passa pela pele, mas o contágio pode ocorrer caso a pessoa toque em uma superfície infectada e leve as mãos à boca, nariz e olhos. É preciso ter cuidado com a higienização das embalagens dos produtos comprados e fazer a limpeza física da área com água e sabão ou detergente, bem como da espreguiçadeira e outros móveis e objetos, caso tenham sido usados por alguém contaminado, observa.

Segundo informou, a limpeza física do entorno e do tanque da piscina é tão essencial quanto cuidar da água da piscina, que deve ser tratada com uma dosagem recomendada do cloro residual livre, entre 1 e 3 ppm (parte por milhão).

O especialista recomenda ainda, como medida preventiva, que a piscina seja mantida coberta para evitar a ação de agentes externos e a proliferação do aedes egypti, caso não seja usada com frequência “É preciso ainda manter a água clorada e equilibrada (pH e alcalinidade) e fazer constantemente a sua medição”, ressalta lembrando que o tratamento evita contágio de outras doenças graves, como hepatite.

Carlos Heise Filho, diretor da Panozon Ambiental (SP), alerta que os ambientes devem permanecer protegidos e higienizados não apenas contra o coronavírus, mas para evitar a dengue e outras doenças decorrentes da picada do mosquito aedes. “Outras bactérias e vírus continuam por aí. E não adianta adotar medidas contra à Covid-19, como usar máscara, e deixar, por exemplo, água parada no prato do vaso da planta, com risco de contrair a dengue”.

Ele acrescenta que a piscina requer cuidados constantemente por atrair o mosquito, que prefere água limpa. ‘É importante sempre ter um saneante para que não seja contaminada por mosquitos, que provocam a dengue e chikungunya. São doenças graves e devem ser evitadas.”

Carlos Heise Filho recomenda que a limpeza física e química da água respeite os seguintes parâmetros: alcalinidade entre 80 e 120 miligramas por litro, pH entre 7 e 7,4 e saneante de efeito residual, como cloro e poliquaternário de amônio, dois tipos mais comumente usados no Brasil para combater micro-organismos. Mesmo as piscinas tratadas com ozônio pedem saneante residual.

 

Fonte: Revista ANAPP Edição 151